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Poesia da libertação: #ELENÃO

Vi você negar a escravidão.
Vi você incitar fuzilamento dos opositores.
Vi os seus negarem o holocausto.
E vi muitos dos seus afirmarem que a terra é plana.

Observei sua cara enquanto defendia a tortura, elogiava um torturador, chacoteava uma torturada.
Vi os seus te aclamarem enquanto você fazia uma criança simular o gesto de uma arma.
Escutei muitos dos seus bradarem contra homossexuais num estádio, em seu nome.
Te vi, perante uma jornalista, inúmeras vezes, vocalizar ruídos tentando falar, sem expressar nada a não ser uma mal escondida vontade de ter nascido mulher e ter a mesma força.

Li sobre a Val.
Vi seu filho…imaginei a sua filha, a ‘fraquejada’.
Vi os seus eleitores acharem o Lobão incrível e o Chico Buarque um imbecil. Vi os seus eleitores mandarem calar a boca de qualquer um que pedia argumentos, e tentarem destruir um grupo de mais de 2 milhões de mulheres fazendo oposição a você.

Vi os seus eleitores aplaudirem a polícia espancando um padre que vive defendendo quem mora na rua.

Vi os seus eleitores pedirem a ditadura.
À luz de tudo isso, e de outras coisas, te digo que eu posso até ser um esquerdópata, mortadela, que não vale nada.

Mas também não excluiria “aprioristicamente” a ideia que você e seus eleitores sejam um bando de ignorantes, trogloditas e desequilibrados.
Talvez possa considerar essa eventualidade, dado os fatos acima.

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Texto e arte de capa: Sérgio Riciutto Comte

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