A violência contra mulheres portadoras de necessidades especiais e o impacto social e financeiro dessa violência foi o assunto de audiência pública na Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher nesta terça-feira (8).
A assessora da Secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Beatriz da Silva, afirmou que as pessoas com algum tipo de deficiência são invisíveis para a segurança pública. Segundo ela, mais de três quartos da população com deficiência já sofreu algum tipo de violência. As mais comuns são as violências moral e psicológica.
Beatriz da Silva disse que algumas medidas preventivas podem ser tomadas, como a adaptação dos sistemas de denúncias. O disque 190, por exemplo, não atende as pessoas com deficiência auditiva. Além disso, é necessário maior capacitação dos profissionais de segurança pública.
Já do ponto de vista econômico, a consultora do instituto de pesquisa Mckinsey Global Institute, Tracy Francis, acrescentou que o trabalho realizado por mulheres representa apenas 35% do PIB nacional e que se esse número fosse maior, o Brasil poderia crescer em torno de U$ 400 bilhões, o equivalente ao PIB da região nordeste. Tracy Francis disse que a mudança virá quando governo, setor privado, organizações da sociedade civil e outras representações se unirem para criar um projeto unificado.
“A mulher tem que ter acesso aos mesmos setores da economia que os homens”, enfatizou.
A deputada Moema Gramacho (PT-BA), que presidiu a reunião, afirmou que a comissão já formou um grupo de trabalho que discutir medidas referentes ao assunto.
A audiência fez parte da programação da Campanha Mundial de 16 dias de Ativismo de Combate à Violência contra Mulher, que termina na quinta-feira (10) com o lançamento do livro “Mulheres no Poder”, da escritora Schuma Schumaher.
*Por Ana Gabriela Braz; Edição – Luciana Cesar