Passado os anos, superfaturamentos, atrasos nas obras e licitações, remanejamentos de fundos e crimes ambientais mancharam o legado ambiental que, até então, era elogiado. A situação chegou ao ápice quando a crise financeira atingiu a cidade em cheio, provocada pela má gestão de anos dos governos. O fracasso do legado foi, aos poucos, denunciado pela mídia nacional e internacional.
Com a aproximação dos Jogos, sem entrar no mérito social, nos debruçamos sobre números e notícias que evidenciam um legado que não cumpriu nenhuma meta proposta. Para compensar a emissão de gases do efeito estufa, a meta de plantar 24 milhões de mudas de árvores da Mata Atlântica pouco avançou. Desse total, 5.5 milhões de mudas foram plantadas. Tanto a Lagoa Rodrigo de Freitas quando a de Jacarepaguá, palco de algumas modalidades, praticamente nada foi feito. Na Rodrigo de Freitas, a qualidade da água melhorou um pouco, muito aquém do esperado, já que a meta era torná-la viável para banhistas. Já a segunda, a meta de despoluição não saiu do papel devido à falta de planejamento como também pela crise financeira, justificativa da Secretaria Estadual do Ambiente.
Outro problema frequente que vem se perdurando durante gestões foi o processo de despoluição da Baía de Guanabara: “10.000 litros por segundo de esgoto sem tratamento continuarão a ser despejados na Baía de Guanabara, cerca de 90 toneladas por dia de lixo flutuante ainda farão parte do cenário do cartão‐postal e 4,2 milhões de pessoas dos 15 municípios do entorno da Baía seguirão sem saneamento básico.” Triste realidade daquele que seria o principal legado dos Jogos Olímpicos. Sem contar ainda com o risco de se contrair o vírus Zika e a construção do criminoso campo de golfe olímpico em área de reserva ambiental.