Professora utiliza músicas e brincadeiras para resgatar a cultura popular e trabalhar expressão oral na educação infantil.
Confira o relato da professora Lucilene do Socorro Melo de Santana de Belém, PA.
Eis o relato.
O meu interesse pelas cantigas de roda começou quando eu fiz um trabalho de pós-graduação, que tinha como base o uso de brinquedos, brincadeiras e jogos para desenvolver uma aprendizagem mais significativa e lúdica. Com a cantiga, a criança tem a possiblidade de vivenciar diversas experiências relacionadas ao dia a dia. Ela consegue desenvolver a expressão oral, a capacidade de representação e a autonomia.
Sempre no início da manhã, fazemos uma dinâmica que começa com uma roda de conversa, onde os alunos relatam os acontecimentos que estão presentes no dia a dia deles. Com o comando de palmas, eles começam a passar uma caixa com várias imagens. Quando a caixa para com um determinado aluno, ele deve retirar uma figura e tentar representar para a turma uma cantiga relacionada. Se pegar a figura de um limão, por exemplo, canta a música “Meu Limão, Meu Limoeiro”. Quem não souber alguma música, devolve a figura na caixa e pega outra, ou pede ajuda da turma.
Eles vivenciam diversas cantigas de roda nessa dinâmica, como “Borboletinha”, “Ciranda Cirandinha” e “Samba Lelê”, uma das preferidas da turma. Eles gostam das músicas com movimento, que eles podem pular e correr. As crianças não gostam de atividades estáticas. Elas gostam de brincar e isso faz parte da natureza delas.
Além do lado lúdico, a cantiga de roda traz diversidade cultural à escola. Em cada música a gente tem o contexto de um local geográfico que pode ser trabalhado. São canções do norte, do sul, e assim por diante. Cada região tem uma brincadeira específica que acaba sendo vivenciada pela criança. Os alunos se empenham bastante e se colocam como protagonistas, vivenciando a cantiga de roda e também fazendo referência ao cotidiano deles. Eles sempre trazem as cantigas para o contexto em que vivem.
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Fonte: Texto de Lucilene do Socorro Melo de Santana, Pedagoga com pós-graduação em gestão escolar e educação inclusiva, atua como educadora há mais de 15 anos. Trabalha há três anos com educação infantil na rede municipal de Belém (PA). Tem artigos publicados sobre o uso de brinquedos, brincadeiras e jogos na construção do processo de aprendizagem. Texto publicado no site PorVir , 01/07/2015.