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Intolerância religiosa faz cristã sudanesa se refugiar em embaixada

Intolerância religiosa faz cristã sudanesa se refugiar em embaixada

Meriam foi condenada à morte por apostasia, por um tribunal em Cartum. Filha de um pai muçulmano, que a abandonou aos seis anos, Meriam foi educada pela mãe, cristã. Ao tribunal afirmou que nunca foi muçulmana, pelo que não poderá ter cometido apostasia, que é crime no Sudão, mas o tribunal segue o princípio de que o filho de um pai islâmico é automaticamente muçulmano. O tribunal deu várias oportunidades para rejeitar o Cristianismo e abraçar novamente o Islão, mas a mulher recusou.

Condenada a enforcamento, Ibrahim, que na altura estava grávida, deu à luz na prisão, beneficiando de uma prorrogação de dois anos da pena para poder dar de mamar à criança. Um mês depois da sentença, e após uma campanha internacional sem precedentes, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cartum, um tribunal de instância superior anulou o veredicto inicial, deixando-a em liberdade.

No dia seguinte, Meriam, os seus dois filhos e o marido, um sudanês do sul, cristão, com nacionalidade americana, foram detidos novamente no aeroporto, onde tentavam embarcar para os Estados Unidos. Meriam viajava com um passaporte do Sudão do Sul, obtido em virtude de ser casada com um cidadão desse país.

Foi então que outro absurdo aconteceu. As autoridades afirmaram que, apesar de a sentença ter sido anulada, o país continuava a não reconhecer Meriam como cristã e, por isso, também não reconhecia o seu casamento com um cristão, de modo que não reconhecia o seu direito à nacionalidade sudanesa do Sul. Por este fato ela foi presa novamente junto com a família, acusada de ter falsificado os documentos com os quais iam sair do país.

Devido à nacionalidade norte-americana do marido, o Departamento de Estado dos Estados Unidos interveio no caso. Finalmente Meriam foi libertada sob fiança e, desde então, está na embaixada americana.

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