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Hoje Jether Pereira Ramalho fez sua Páscoa e o CEBI Faz a memória da sua caminhada

Jether Pereira Ramalho, leigo da Igreja Congregacional, sociólogo, professor aposentado da UFRJ, militante ecumênico e ativo na luta e resistência contra a ditadura, um dos fundadores do CEBI e do CEDI, integrante do Koinonia e foi presidente do CESEEP.

Hoje, Jether fez a sua páscoa e o CEBI faz memória de sua caminhada e ousadia na construção do ecumenismo e da inserção das igrejas nas lutas por transformação social.

Desde os inícios da caminhada do CEBI, Jether não cansava de afirmar que o CEBI é genuinamente ecumênico, pois desde 1977, este professor de sociologia e impulsionador das causas comuns, ecumênicas e sociais apoiou e a gestação do CEBI a partir da escuta das necessidades de articular um serviço que ajudasse o povo no uso e interpretação da Bíblia, com o intuito de ajudar os cristãos no seu engajamento para a transformação da sociedade. Sua visão de mundo e da conjuntura nos anos 70 a se somar com tantos companheiros e companheiras sedentos por mudança e no enfrentamento dos projetos de opressão. Jether ousou naqueles anos de ditadura a levantar a bandeira do ecumenismo como um passo importante de resistência e luta. No tocante ao CEBI Jether junto com Frei Carlos foram os primeiros a viajar para reuniões com vários grupos para falar sobre a necessidade de um serviço de leitura da Bíblia.

Jether sempre apostou na derrubada das cercas que separam cristãos através da busca da unidade da Igreja na América Latina. Para ele a unidade é um dos sinais que a justiça, a paz, a igualdade tornarão evidente a construção do Reino de Deus.  A unidade ecumênica tem por missão fortalecer a unidade do povo, pois o ecumenismo deve ultrapassar os limites eclesiais e alcançar os movimentos populares. Jether nestes 40 anos do CEBI e no movimento ecumênico representou a voz a apontar os passos para o caminho das Igrejas na América Latina nos enfrentamentos dos mecanismos de opressão e dos fundamentalismos e sectarismos religiosos. Sua intuição: o ecumenismo tem de ser a bandeira de luta, a inspiração e fortalecimento da organização popular e com isso confirmar a vocação para a unidade e a universalidade na caminhada dos serviços ecumênicos com o povo nas periferias.

Seu sonho semeado nestes últimos 40 anos é que o movimento ecumênico seja espaço das lutas do povo e fortalecimento da teimosa esperança. Esta semente semeada por Jether Pereira Ramalho é que mantém e aquece a chama de uma nova oikoumene.

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