Confira a reflexão de Marcelo Barros sobre a questão profética do Pacto das Catacumbas. Ao final do texto, você pode assistir o vídeo com o Pe. Beozzo, historiador, que analisa o contexto da data.
Boa meditação!
A Igreja Católica tem dificuldade de assimilar e entrar na proposta profética do papa Francisco.
No entanto, nesse dia 16 de novembro de 1965, portanto já há 52 anos, um grupo de 43 bispos de todo o mundo e que participavam do Concílio Vaticano II assinaram o Pacto das Catacumbas se comprometendo de viver uma vida mais pobre e tornar a Igreja uma Igreja dos pobres.
Tantos anos depois, essa sensibilidade continua sendo de uma minoria. Porque o problema não é apenas de ter uma pobreza ascética e franciscana no sentido primitivo do termo (mendicante). Atualmente, a pobreza tem de ser a profecia de uma aliança com a maioria da humanidade empobrecida por uma organização social e política assassina que os marginaliza e exclui.
O Pacto das Catacumbas hoje tem de ser mais político contra os impérios que dominam o mundo.
Como ensinou a Teologia da Libertação: com os pobres e contra a pobreza. E tem de ser não apenas um documento assinado por bispos e sim um modo de ser Igreja que compromete a todos os crentes, em todas as Igrejas cristãs.
Viver hoje o pacto das catacumbas é fazer uma viagem….
Como há 52 anos, nessa mesma data, o meu querido irmão e amigo o padre João Pubben deixou a Holanda e veio se estabelecer no Nordeste brasileiro onde passou a maior parte de sua vida, consagrou sua juventude e seu trabalho e pôde ser o anjo da guarda que ajudou Dom Helder nos últimos tempos do Dom.
Todos nós hoje somos convidados a empreender a viagem de um mundo cultural que nos seduz e nos prende a nós mesmos para o outro – o outro de cultura diversa, de religião diferente – de postura de vida diferente e que precise de espaço e apoio para formar a humanidade plural em que vivemos em um mundo mais justo e mais amoroso.
O Pacto das Catacumbas
Confira o documentário “Do Pacto das Catacumbas a Francisco”. O vídeo inclui o depoimento de bispos que firmaram o compromisso, e a análise do historiador Pe. Oscar Beozzo.
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Fonte: Texto de Marcelo Barros em Consciencia.net, 16/11/2017.