Logo após a escolha, a equipe do CONIC entrou em contato com Alexandre para que ele pudesse explicar melhor o que o inspirou e quais seriam as considerações que ele gostaria de fazer a respeito da arte.
Confira:
CONIC: Oi Alexandre, tudo bem? Com alegria, comunicamos que seu desenho foi o vencedor do concurso. Agora, precisamos te apresentar para nossos leitores. Então, para começar, você é de qual estado? E qual é sua idade e profissão?
Sou natural de São João Batista, Santa Catarina. Tenho 22 anos e sou seminarista diocesano do terceiro ano da etapa configuradora (teológica) da arquidiocese de Florianópolis.
CONIC: O que te motivou a participar do Concurso?
Recebi o edital do Alessandro, um amigo seminarista, que me motivou a participar do concurso.
CONIC: Para você, qual é a importância do diálogo ecumênico?
O diálogo ecumênico é de suma importância. Recordo a oração de Jesus ao se dirigir ao Pai da seguinte maneira: “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo 17,21).
Somos seres de comunhão, pois fomos criados à Imagem e Semelhança de Deus, Santíssima Trindade, que é comunhão de amor. O papa Francisco tem pedido cada vez mais a unidade entre nós, cristãos, através do diálogo, da oração e dos trabalhos pelo bem comum. Afinal, “Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. (Jo 13,35) Desejo, de coração, que esse singelo desenho inspire a imitarmos a atitude dos reis magos: vermos o seu astro no Oriente e irmos ao seu encontro prestar-lhe homenagem (Cf. Mt 2,2).
Algumas considerações sobre o desenho:
1 – A arte segue os traços inspirados nas xilogravuras nordestinas, típicas da região do nordeste brasileiro, lugar onde o subsídio da SOUC 2022 foi adaptado pelo CONIC, no agreste pernambucano. Os traços em preto e branco, a fisionomia das personagens e a vegetação típica do agreste manifestam tal inspiração;
2 – No céu do desenho contemplamos a estrela do Oriente, sinal de esperança que conduz os magos e os povos da terra ao lugar do nascimento de Jesus;
3 – A estrela do Oriente tem a forma da cruz de Jesus, o sinal de sua morte e ressurreição (Cf. Mt 16,4);
4 – 12 estrelas encontram-se ao redor da estrela do Oriente. Representam os apóstolos que nos transmitiram a fé;
5 – Abaixo da Estrela, encontra-se o recém-nascido, Jesus, Maria e José em uma humilde estrebaria. É o Cristo que não se apega ao seu ser igual a Deus, mas se humilha fazendo-se aos homens semelhantes (Cf. Fl 2,6);
6 – Abaixo estão os magos, cada um trazendo os seus presentes: ouro, incenso e mirra. São presentes místicos que representam a realeza, a divindade e a natureza humana de Jesus. Ao mesmo tempo os magos, segundo uma antiga tradição, são símbolos da diversidade dos povos, representam a universalidade do chamado que Deus faz a todo e cada homem e mulher. Um dos magos aponta apara o astro do Oriente, fazendo jus à passagem bíblica que ilumina a SOUC 2022;
7 – Os magos estão se dirigindo até a pequena estrebaria para prestarem homenagem a Jesus. Tal atitude nos revela que, a partir de Jesus, Deus deseja a unidade entre todas as nações, especialmente entre nós, cristãos.
Fonte: site do CONIC