Ainda de acordo com o estudo, produzido pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e divulgado nesta segunda-feira, 9, a taxa de homicídios de mulheres no Brasil cresceu 8,8% entre 2003 e 2013: de 4,4 para cada 100 mil habitantes para 4,8 para cada 100 mil habitantes.
Em média, 11 mulheres foram mortas por dia no Brasil no período analisado, sendo que 55% delas eram negras.
O Mapa da Violência 2015 mostra ainda que a taxa de homicídios de mulheres chegou a registrar queda entre 2006 e 2007, logo após a entrada em vigor da Lei Maria da Penha, que torna mais rigorosas as punições para casos de violência contra a mulher. A taxa, no entanto, voltou a subir no ano seguinte à implementação da lei.
Em entrevista ao Portal Uol, o coordenador do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, diz que o aumento nas taxas de homicídios de mulheres segue a tendência de aumento da violência no Brasil. Ele ressalta, no entanto, que o machismo ainda é o motivo da maioria dos assassinatos de mulheres no país.
“Até pouco tempo, havia uma justificativa legal para o homem matar uma mulher que o traísse, por exemplo. É uma questão cultural que você não muda como quem muda de roupa. O Brasil é uma sociedade extremamente patriarcal”, afirma Waiselfisz.
O estudo revelou também que 50,3% dos assassinatos de mulheres no país em 2013 foram praticados por familiares, sendo 33,2% dos casos cometidos pelo próprio parceiro ou ex-parceiro.
O Mapa da Violência 2015 mostra que o Brasil só está atrás de Rússia (4º), Guatemala (3º), Colômbia (2º) e El Salvador (1º) no ranking internacional de violência contra a mulher.