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As manifestações renovarão os mecanismos existentes ou criarão novos? Entrevista com Rodrigo Nunes

As manifestações renovarão os mecanismos existentes ou criarão novos? Entrevista com Rodrigo Nunes
As manifestações que se iniciaram no país desde junho do ano passado relacionadas à "convergência de três tendências históricas", das quais duas são "irreversíveis": o uso das redes digitais, que gerou uma "auto comunicação de massa", e a "queda vertiginosa dos custos de organização", pontua Rodrigo Nunes, autor do livro The Organisation of the Organisationless: Organisation After Networks (A Organização dos Sem Organização: Organização Depois das Redes), que será publicado nos próximos meses. Por outro lado, assinala, a terceira "tendência histórica", compreendida como a crise dos mecanismos de representação, não será solucionada rapidamente.

Para compreender o fenômeno que está ocorrendo, Nunes utiliza o conceito "sistema-rede", a partir do qual se pode compreender como as manifestações nas ruas e nas redes estão conectadas. "Os sistemas-rede não são um mero agregado de indivíduos; são internamente diferenciados, com zonas mais esparsas e núcleos mais densos, mais orgânicos, mais organizados. Normalmente, são estes núcleos que têm o papel de convocar, definir protocolos, garantir um mínimo de estrutura, inclusive física, às ações".

Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, Nunes também avalia as divergências e aproximações entre as novas manifestações e os movimentos sociais tradicionalmente organizados, surgidos durante a redemocratização do país. "Perguntar se um tipo de organização vai substituir o outro é como perguntar se o pires vai substituir o prato de sopa: são objetos semelhantes, mas que servem a fins distintos, e possuem uma forma adequada a sua finalidade. A organização é sempre uma resposta a uma situação específica", esclarece. E acrescenta: "Não me parece que as organizações de massa tradicionais deixarão de existir, pelo menos no médio prazo. O que certamente muda é a ideia de que elas sejam o único modelo de organização viável, de que quem não se organiza como elas não está organizado. ‘Organizar-se' deixa de ser sinônimo de ‘organizar-se assim'".

Confira a entrevista

 

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