Em 2014, uma pesquisa do IPEA mostrou que 26% da população concordava que mulheres que mostram o corpo merecem ser atacadas. Dado que deu origem à campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada. O que a nova pesquisa revela é que, dois anos depois, o cenário continua preocupante. São números que deixam claro o que significa o conceito de cultura do estupro, uma cultura em que se culpa a vítima pelo abuso sexual sofrido, ao mesmo tempo que naturaliza o comportamento do agressor.
Já quando o assunto é o medo de sofrer uma agressão sexual, 85% das mulheres disseram ter medo . No Nordeste, essa porcentagem sobe para 90%. Entre os homens brasileiro, o medo de sofrer um estupro atinge 46%. Vale ressaltar que, segundo registros oficiais, quase 50 mil mulheres são estupradas por ano e especialistas acreditam que apenas 10% dos casos sejam registrados, o que indicaria que os números podem chegar a 500 mil estupros por ano no país.
A pesquisa traz um pouco do esperança, porém: ao mesmo tempo que 37% dos entrevistados acham que “se dar ao respeito” evita o estupro, 46% dessas pessoas tês mais de 60 anos. O que indica que é menor a porcentagem de jovens que culpa a mulher pela violência sexual, um indício de uma mudança de mentalidade nas novas gerações.
A pesquisa entrevistou 3.625 brasileiros no início de agosto e foi encomendada para o Fórum de Segurança Pública que acontece até o dia 23 em Brasília.