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Religiões monoteístas: um olhar sobre a casa comum

Lisandra é uma das integrantes do Curso de Ecumenismo do CESEEP, representando o CEBI, ela envia sua contribuição sobre os aprendizados e reflexões trazidas pelo curso

Boa leitura!

“As religiões e o cuidado com a casa comum” são o tema de mais uma edição do Curso de Ecumenismo promovido pelo CESEEP, com participação e apoio do CEBI. O evento acontece em São Paulo, com a participação de 24 pessoas de vários estados do Brasil e de Cuba. Cinco pessoas representam o CEBI no evento. O curso teve início nesta segunda, dia 9 de julho e, desde a celebração de abertura, o grupo foi instigado a pensar sobre as diversas relações com o Judaísmo, o Islamismo, o Budismo e Hinduísmo.

Todo diálogo foi apresentado em plenária para dar início à assessoria do Professor Doutor Wagner Lopez Sanches, na Introdução do Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso. Ele inicia com subsídios fundamentais para entender a perspectiva ecumênica, levantando o que desperta o medo da diversidade.

O ecumenismo é o reflexo da negação dos setores conservadores, interpela o modo de ser, interpela convicções, questiona posições exclusivistas, relativiza as crenças religiosas e faz refletir a identidade.

Wagner reforça a ideia da pluralidade do mundo e que quando conhecemos a realidade do outro não se diminui a própria identidade, este processo só enriquece as culturas. Este diálogo já acontece nas famílias, na vizinhança, nas escolas, no trabalho, para além dos espaços religiosos, movimentos sociais e populares, nas ONGs, entre teólogos e lideranças religiosas. “A vida é um critério legítimo para avaliar as religiões, respeito à vida”, completa.

Fundamentalismo religioso

O fundamentalismo é um projeto político de um mundo ideal que existiu no passado e que pode servir para a sociedade de hoje, de acordo com os fundamentalistas. Esta reflexão vale para o cristianismo como para outras religiões, logo, elas têm ações concretas para executar este projeto. O fundamentalismo pode ter estratégias violentas de poder, totalmente contrária a proposta ecumênica, explica Wagner.

Para a introdução do tema e orientar a direção do curso sobre o cristianismo, judaísmo e islamismo a professora Haidi Jarschel, aponta o quanto essas culturas estão impregnadas na humanidade e ressalta que não é possível entender o ocidente sem o cristianismo. O nome Jesus é um, mas, existem muitos cristianismos. Outra questão relevante é a falta de informação e entendimentos de outras culturas, o que resulta em ideias erradas e preconceito. “Nascer em uma instituição, cultura cristianizada, escolas faz com que não consigamos sair e compreender de fora para fazer a análise”, diz Haidi.

Todas as religiões tem princípios que orientam formas de existência coisas que se consideram boas, ou não, como questões culturais, por exemplo.

Entende-se a construção do monoteísmo por conta de interesses históricos políticos, logo, todo o sagrado passa por processos, pois, religião e divindades não são estáticas. Haidi trabalhou esta introdução mostrando as fases, mitos fundantes e a fenomenologia.

Vista à Mesquita.

De acordo com o Rabino Alexandre Leone, assessor do curso sobre Judaísmo, tanto o cristianismo quanto o islamismo influenciaram umas as outras e compartilham alguns livros em comum.

O Judaísmo se refere a Deus como o ser mais simples que existe. “Deus não é apenas um ser transcendente que não está em nenhum lugar, Deus está presente em toda parte, Deus é o lugar, cerca-te e penetra”, ressalta o Rabino. O Judaísmo não se auto denomina uma Igreja, mas, um povo, uma família, uma comunidade. A estrutura não é hierárquica e sim laica. Alexandre explica os ritos, festas, e o papel do Rabino que não tem nada a ver com a liturgia, mas sim, com as decisões comunitárias, ele é um juiz.

Para o Judaísmo Deus está além do mistério. “Um Deus que eu posso explicar, não é Deus, completa.

A abordagem sobre o Islã foi aprofundada pelo professor Atilla Kuss, que definiu como paz e também o cumprimento pacífico entre as pessoas que prega a submissão à Deus e reconhece o profeta Muhammad como o profeta que traz uma mensagem atualizada da divindade. “Deus sempre enviou novas mensagens conforme a necessidade”, explica Atilla. A religião controla todos os aspectos da vida com recomendações e obrigações. Tem o Alcorão como a ser consultado para melhor entender a religião.

Toda a teoria das assessorias ganha mais clareza nas visitas das religiões expostas. O grupo teve a possibilidade de visitar uma sinagoga e uma mesquita e nos encontros conhecer mais profundidade ritos e costumes.

Enviado por Lisandra do CEBI-SC.

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