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Bíblia na educação: Serve para quê?

por Direção Nacional do CEBI*

Nos quarenta anos que marcam a história do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI), a leitura da Bíblia teve papel importante no processo de educação transformadora junto das comunidades e das camadas mais empobrecidas da sociedade. Podemos dizer que a Leitura Popular da Bíblia na formação da consciência do povo, seguiu o princípio de estar a serviço da vida e enfrentou os perigos da doutrinação, dos fundamentalismos e das intolerâncias. Mas, desde que ascenderam no cenário político brasileiro as bancadas parlamentares do BBB (Bala, Bíblia e Boi) e a defesa inconteste do militarismo, do armamentismo, do latifúndio e da religião alienadora e mercantilista, a Bíblia foi aprisionada na doutrina, na moral e no poder econômico de pregadores e pseudo defensores da fé.

É neste momento que acompanhamos surgir os “novos políticos” defensores da fé num Jesus milagreiro, moralista, machista, fascista, racista, xenófobo e excludente, que pode tanto aparecer radiante num pé de goiabeira quanto num suntuoso palácio, ou ainda dirigir uma sessão parlamentar republicana e ditar regras para a educação das crianças e dos jovens. A Bíblia no âmbito da Educação Popular serve para iluminar a vida, questionar as situações que afetam drasticamente a vida do povo e o bem-estar de cada pessoa e seus direitos.

E para que serve a Bíblia para este governo que se instalou no Brasil?

Está a serviço de uma educação doutrinária, bancária, moralista, militarista e alienante. As práticas religiosas fundamentalistas e mercantilistas que imperam pelas mídias e que se instalaram na política, querem controlar as consciências pela educação e empacotaram a Bíblia com as muitas páginas do catecismo positivista e da doutrina de segurança nacional.

O CEBI se une a tantos movimentos populares, pastorais sociais, igrejas e organizações não-governamentais que exigem uma educação de qualidade, de excelência acadêmica, formadora da consciência, do respeito e da aceitação da diversidade cultural e religiosa. Não podemos aceitar que os Textos Sagrados de cada tradição religiosa sejam manipulados e colocados a serviço de interesses espúrios e contrários à defesa da vida, da justiça e da ética.

Mantemo-nos do lado certo da história, como temos feito há 40 anos. Seguimos na defesa da vida digna para todos e todas e na luta pela democracia participativa. Nenhum direito a menos!

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