A dor das famílias cujos parentes foram executados pela força policial no massacre de Pau d´Arco, ocorrido em maio deste ano. O drama das famílias do Sul e Sudeste paraense, que têm dia certo para serem expulsas de suas casas. Situação que coloca na rua cerca de 1200 famílias, apenas no Acampamento Hugo Chávez. Cento e cinquenta crianças, jovens e adultos estarão fora da escola em 2018;
Reviver, ao visitar a Curva do S, o sofrimento dos trabalhadores e trabalhadoras rurais assassinados em 1996 no massacre de Eldorado dos Carajás (1996). Essas e outras tantas emoções, atividades, atos ecumênicos e compromissos foram vivenciados e colocados para a Missão Ecumênica Pau d´Arco, realizada entre os dias 08 e 11 de novembro no Estado do Pará.
Missão Ecumênica Pau d´Arco: denúncias e anúncios sobre chacina e desapropriações de terra
A Missão Ecumênica Pau d´Arco realizou incursões ao Sudeste paraense, em solidariedade aos massacres e desapropriações de terra que vêm ganhando força na região devido aos conflitos fundiários.
Clique e confira as fotos da reportagem completa da Coordenadoria Ecumênica de Serviço.
Basta de violência!
O massacre de 24 de maio tem as mesmas proporções de violência, crueldade e descaso que o massacre de camponeses de Eldorado dos Carajás em 1996. Conflitos de terra são legitimados por um Estado que ignora a vida, a lei e a justiça, permitindo que impere a força da bala e a injustiça da justiça.
A palavra da profecia na Bíblia revela um caminho de contestação ao poder do Estado e à violência praticada contra o/a trabalhador/a e sua família. Em 1Rs 21, o verbo “matar” é empregado para falar da ação do rei Acab contra o lavrador Nabote. O rei nem chegou a sujar as mãos com o sangue de Nabote, pois se valeu da justiça. Em Pau D’Arco os criminosos se valem não só da injustiça da justiça, mas também da prática mercenária e da construção de um “estado sem lei”, porque os fora da lei (a quem a lei não atinge) são os donos da lei.
As denúncias da profecia nos fornecem uma leitura do poder desde os porões da humanidade, desde o grito de trabalhadores e trabalhadoras desterrados/as. Deus fez deste seu povo empobrecido, raiz e medida da denúncia do poder instituído. O sangue de nossos irmãos e irmãs do Pará interpela desde a dor. A Missão Ecumênica apresenta para a sociedade a denúncia desde o âmago da dor.
Leia a carta completa da direção nacional do CEBI sobre a Missão Ecumênica.
A ação contou com realização do:
- Fórum Ecumênico Brasil (FeBrasil)
- Processo de Articulação e Diálogo Internacional (PAD)
- Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) na organização;
- Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC)
- Comissão Pastoral da Terra (CPT)
- Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos
- Diocese de Marabá
- Conceição do Araguaia e Xinguara
- Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), apoio, e das agências internacionais:
- Misereor, Brot für die Welt, Christian Aid, Heks Eper e Fundação Ford.
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Fonte: CESE e CEBI, 14/11/2017.
Fotos: CESE.