Durante os dias 18, 19 e 20 de março, a Escola do CEBI/SC que se realiza em Chapecó, em sua 6ª Etapa, reuniu-se no Centro de formação do Movimento das Mulheres Camponesas para estudar sobre o Movimento Bíblico da Apocalíptica. A assessoria ficou por conta de Orides Bernardino.
O objetivo do encontro era compreender o contexto de surgimento deste importante movimento de resistência do povo frente à dominação, opressão e aculturação pela qual passou desde o final do cativeiro. Com a dominação persa e, posteriormente, grega, as quais abalaram com as estruturas culturais, políticas e religiosas do judaísmo nessa época.
Outro desafio era entender de que forma os escritos apocalípticos dialogam conosco hoje, como eles nos inspiram e motivam a resistir e permanecer na luta contra toda e qualquer forma de opressão, de perda de direitos, de exploração do Capital.
Fizemos memória da história apocalíptica de lutas do povo brasileiro por democracia durante a Ditadura Militar que, mesmo em um período tão sofrido, não deixou de se manifestar através da música, das artes e nas ruas.
Um dos pontos mais marcantes do encontro, talvez por coincidência ou manifestação divina, foi a participação da grande maioria dos membros da Escola na ‘Passeata em Defesa da Democracia’. O ato ocorreu no anoitecer da sexta-feira, dia 18, reunindo mais de 6 mil pessoas em Chapecó, dos mais variados movimentos sociais e populares, reforçando na prática o que vínhamos estudando na teoria durante a etapa.
Por fim, inspirados pelo espírito de resistência do povo de Deus, pudemos compreender desta 6ª Etapa que o movimento bíblico da Apocalíptica surgiu não para prever o “fim do mundo”, mas o “fim de um mundo” de opressão, de exploração e de sofrimento. O intuito não era de assustar e deixar o povo desamparado, mas de motivar, de inspirar e dar esperança para que o povo pudesse se libertar e construir um “novo mundo possível”, uma nova sociedade em que reinará a vida, a fé, a esperança e o amor.
*Por Luiz Henrique Debastiani, Chapecó, 31 de março de 2016.
*Por Luiz Henrique Debastiani, Chapecó, 31 de março de 2016.