por Carol Teixeira*
As terras de Santo Estevão foram a Casa do Cebi Bahia nestes dias quentes de 15 e 16 de novembro de 2019. Nessa Casa, nosso lugar de acolhida, foi realizada nossa Assembleia anual e sua “voz” nos disse: “Nós te acolhemos, te damos espaço e caminhamos contigo.”
Comidas, músicas, abraços e apresentações de representantes das áreas iniciaram nossas reflexões e avaliações, cuja síntese se dá em torno de:
- Estamos explicando a metodologia do Cebi para as pessoas novas nos grupos?
- Por que são as pessoas mais velhas que mais se sentem atraídas pela dinâmica do Cebi?
- Como aprender a trabalhar com as juventudes? Quais estratégias usar com os jovens?
- Olhando para o espelho, qual o meu papel como membro do Cebi?
- Qual é a nossa prática pedagógica nas comunidades? Ela é acolhedora?
- Mulher, juventudes, negritude. É preciso fazer estes recortes.
- Fazer um diálogo inter-religioso mais dialógico, buscando não impor a fé, não converter, não fazer proselitismo.
- Permitir as liberdades de expressar, de espírito, de caminhar, de ir e vir, de viver, de ser, para mim, para as outras pessoas.
- Sermos crísticos (vivenciar as pendengas que Cristo vivenciou).
- Quando eu acolho? Quando eu livro? Quando eu mato?
- Quais são as crises que estamos vivenciando? (geracional, emocional, confessional, existencial, sentimental, financeira…).
Refletir sobre Juventudes, Negritude e Bíblia, com a facilitação de Márcia Rodrigues (Rede Um Grito pela Vida – Salvador) levou 35 pessoas a estarem presentes ao mutirão destes dois dias em terras de Santo Estevão.
Nas meditações sobre o tema: Juventudes, Negritude e Bíblia fomos levadas e levados a pensar como os corpos negros são tratados, como os corpos jovens são tratados, como a Bíblia trata estes corpos jovens e negros, quais são os silenciamentos, criminalizações e objetificações que são feitas a estes corpos em nome da fé. Além disso, no dia a dia, como eu que faço parte do Cebi Bahia ajo diante destas opressões?
Sim, temos mais perguntas que respostas e talvez este seja o caminho da tomada de posição e de partir para a ação.
Também fomos estimuladas e estimulados à coexistência respeitosa com a ligação do Sagrado nas diferentes confissões de fé, a repensar nossa caminhada e relembrar que nestes 40 anos de existência do Cebi na Bahia e no Brasil, muitas águas jorraram, matando a sede de muitas pessoas e grupos, através da insistência das pessoas dos grupos, da insistência e d exigência de Deus para conosco.
Após estes dois dias de estudos, conversas e reflexões da caminhada, nosso encontro faz um novo e constante convite: ver, perceber como o Cebi estuda a Bíblia, e, a partir desta metodologia encarnada na Vida e com o olhar na Bíblia, estarmos atentas e atentos à realidade que nos cerca e à luz da Palavra, refletir e criar resistências e lutas contra o que dificulta a existência.
Animadas e animados pelo Espírito, saímos de Santo Estevão com os compromissos reafirmados e na busca de uma convivência mais justa e fraterna.
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Santo Estevão, 16 de novembro de 2019.