Por Marcos Aurélio dos Santos *
Jesus foi um crítico subversivo do sistema político-religioso do seu tempo. Jesus não ficou em silêncio diante das múltiplas opressões que esmagavam os pobres, pequeninos desprezados, vítimas do poder dominante da Judéia. Essa atitude revolucionária de Jesus resultou no surgimento de muitos inimigos. Seus inimigos foram os poderosos. Os do partido dos Fariseus, os Escribas doutores intérpretes das escrituras, os fundamentalistas saduceus, os comerciantes ricos e o império romano.
Por muitas vezes a polícia romana, a mando dos religiosos, tentaram prendê-lo. Certa vez foi expulso da sinagoga como herege, sob pena de exclusão por suas críticas ao sistema e profunda coerência com a revelação da escritura. Por vezes, Jesus foi vítima de tentativa de assassinato, acusado de blasfêmia contra Deus, um maldito que por suas palavras, na ótica dos religiosos, ofendeu o pai Abraão. Constantemente seus inimigos de maneira astuta procuravam motivos e brechas na lei para condená-lo.
Contudo Jesus não se deixou intimidar pelos poderes opressores. Seguiu em sua caminhada de libertação com os oprimidos, sem levar em conta os riscos e perigos eminentes. Jesus tinha a coragem dos profetas e profetisas, por isso não se calava diante das afrontas de seus inimigos, não negociou sua missão libertadora. Jesus foi a profecia viva e encarnada, subversão amorosa enviada pelo Pai.
Nos tempos de hoje, vivemos tempos de barbárie, onde o senso de civilização está se perdendo dia após dia. Estamos carentes de humanização. Urge seguir o caminho de Jesus de Nazaré, que perdoou os inimigos, organizou o povo em luta e resistência e não deixou calar a profecia. Que tenhamos a coragem e a profecia de Jesus de Nazaré, nas trincheiras subversivas da vida, para vencer o mal que permeia em nosso país.
Coragem, amor e utopia.
*Marcos Aurélio Dos Santos, Membro do cebi RN.