No dia 28 de junho, o último domingo do mês, a comunidade ecumênica brasileira recebeu a triste notícia da partida do amigo, irmão e companheiro de caminhada Jether Ramalho. No domingo seguinte, 5 de julho, lideranças ecumênicas de vários estados, incluindo o Distrito Federal, se reuniram em uma live, transmitida ao vivo pelo Facebook do CONIC, para homenagear este que foi considerado, por muitos e muitas, um pastor de esperanças.
Entre os presentes, estavam nomes conhecidos como Clemir Fernandes, teólogo, doutor em Ciências Sociais, pesquisador do Instituto de Estudos da Religião (ISER); Eliana Rolemberg, socióloga, ex-diretora da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE); Leonardo Boff, teólogo, escritor, com contribuições profundas para os campos da Ética, Ecologia e da Espiritualidade; Magali Cunha, jornalista, metodista, autora de “Explosão Gospel. Um olhar das ciências humanas sobre o cenário evangélico contemporâneo”; dom Mauro Morelli, bispo emérito da diocese de Duque de Caxias e fundador da HARPIA HARPYIA – Agência de Defesa e Promoção do Direito à Alimentação e Nutrição; Walter Altmann, pastor luterano, ex-moderador do Conselho Mundial de Igrejas; Zwinglio Mota Dias, da Igreja Presbiteriana Unida (IPU), autor do livro “Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso – a arte do possível”, além de familiares de Jether.
Com duração de 2 horas e 45 minutos, a live contou com momentos de música, poesia e, claro, muitas homenagens. Os participantes relembraram momentos marcantes vividos com Jether, as alegrias, e os muitos exemplos de testemunho cristão no seguimento de Jesus.
“Jether, amigo querido, tradução de solidariedade. Terei muita saudade do quanto aprendi, e dos momentos que tive a chance de partilhar com você experiências do movimento ecumênico brasileiro, latino-americano, mundial. No amor que você nos deixa, estaremos seguindo com os movimentos sociais, com o movimento ecumênico, nas jornadas por direito e contra a intolerância, seguindo os sinais de esperança e justiça que você nos apontou”, destacou Eliana Rolemberg.
Walter Altmann classificou Jether como um expoente da fé, da esperança e da justiça. “Ele no Rio eu no Rio Grande do Sul, não foram muitos os encontros que tivemos, mas todos eles sempre muito marcantes. Quando eu iniciei meus estudos de teologia, Jether já era um protagonista do movimento ecumênico. Jether foi não apenas um expoente do movimento ecumênico, mas um inspirador para muitas pessoas; assim eu experimentei naquele tempo”.
Saudando, inicialmente, os familiares do Jether que estavam presentes à live, Leonardo Boff lembrou o testemunho ecumênico do amigo, e seu compromisso com a justiça, os direitos, o pobre, “tudo sempre inspirado pelo Evangelho”, disse. “Jether era um homem de profunda fé. Essa fé era a fonte inspiradora de todas as coisas que ele fazia. Não havia palestra que eu desse no Rio, ou lançasse um livro, que ele e a Lucília, sua esposa, não estavam presentes. Apareciam para compartilhar solidariedade. Eu o comparo aos sábios do Antigo Testamento em seus conselhos. E quando falava sobre política, era um profeta. Ele se indignava por causa das injustiças. Mas sempre com essa inspiração que vem de Deus, e que era o que alimentava a vida dele” concluiu Boff.
Se você não pôde ver a live, ela está disponível abaixo, na íntegra: