De 27 a 29 de agosto, o seminário Financeirização da natureza: violações de direitos contra Povos e Territórios reunirá, em Porto Alegre, quilombolas, indígenas, famílias de produtores agroecologistas e outras comunidades e povos tradicionais de todo o Rio Grande do Sul para debater o processo de mercantilização dos bens naturais, que ameaça áreas biodiversas e suas populações.
A financeirização da natureza envolve medidas de privatização do ambiente natural com a justificativa de protegê-lo. Práticas próprias da economia de mercado, que envolvem o incentivo em dinheiro como principal política para preservação e mantêm populações desassistidas, vêm se tornando cada vez mais comuns no Norte do Brasil e, agora, começam a afetar também as dinâmicas das comunidades do Sul do país. O fenômeno, capitaneado por grandes corporações com a conivência dos governos, afronta o direito coletivo ao ambiente saudável e ao livre acesso a ar, água e solo despoluídos, culminando com a expulsão de famílias das terras que historicamente habitam e conservam.
O evento ocorrerá na Casa de Retiro Vila Betania (Rua da Gruta, 230, Bairro Glória). Além das reuniões e conferências, haverá espaço para trocas de produtos, confraternizações e apresentações musicais. Ao final do seminário, os encaminhamentos apontados pelos diferentes grupos de trabalho serão reunidos e publicizados. A participação será restrita às convidadas e convidados. Jornalistas interessados em cobrir as mesas e grupos de trabalho podem entrar em contato com a assessoria de comunicação do evento a fim de acertar o acesso às atividades.
O seminário é iniciativa de um coletivo de entidades formado em 2017 com o objetivo de discutir e mapear conflitos ambientais no Rio Grande do Sul. A atividade é realizada por Amigos da Terra Brasil, Cáritas Brasileira – Regional RS, Projeto Pampa da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Movimento Roessler, Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) e Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS), em parceria com o Grupo Carta de Belém e o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS).
As atividades têm o apoio da Amigos da Terra Internacional/Sociedade Sueca, Fundação Luterana de Diaconia e Fundação Heirich Böll. O evento também contará com a presença de representantes de movimentos sociais, entidades ambientalistas e de direitos humanos do estado, que auxiliarão na sistematização das propostas, além de pesquisadoras e pesquisadores.
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Enviado por Débora Gallas Steigleder, Jornalista.