Ser LGBT é, antes de tudo, uma ação política. É uma afirmação diária de nossa existência e busca por respeito e direitos.
Muito se fala nas dificuldades, desafios e lamentos que vivemos como LGBTs em nossos cotidianos. Das mortes, agressões, injúrias, violações de direitos humanos, desníveis de oportunidades socioeconômicas, acesso limitado ao mercado de trabalho, bem como a direitos civis fundamentais, e muitas vezes o direito à vida, o mais trivial de todos.
Mas hoje, 28 de junho, é o dia do orgulho LGBT+. E orgulho é um sentimento que precisa ser posto para fora, precisa ser afirmado, reafirmado, gritado aos quatro cantos e ventos. Sim, ser LGBT é, antes de tudo, uma ação política. É uma afirmação diária de nossa existência que busca por respeito e direitos igualitários em sociedade. E temos muito orgulho disso.
Orgulho de termos vencido barreiras legais de um congresso conservador, podendo, mesmo sem leis efetivas, nos casar civilmente em nosso país. Orgulho de termos diversas mães e pais que nos apoiam e, inclusive, como no caso do grupo Mães Pela Diversidade, lutam e defendem nossos direitos.
Orgulho de termos a maior parada LGBT+ do mundo e milhões de pessoas celebrando a diversidade na maior cidade do país. Orgulho de grandes marcas se posicionando em favor da inclusão e, inclusive, apoiando iniciativas tão relevantes para a comunidade, como a Casa 1.
Temos orgulho de ver grupos como o GAMES (Government Affairs, Media, Entrepreneurs & Supporters) realizando debates e estimulando jovens profissionais a buscarem o engajamento dos presidentes e RHs para gerar ambientes corporativos mais inclusivos. Orgulho de ver os programas sociais voltados à população LGBT em expansão e gerando resultados efetivos na sociedade. Orgulho de ver a cidade celebrando nossa existência e de podermos gritar contra o ódio e o regresso social. É orgulho demais! Tanto orgulho que não cabe neste texto.
Hoje é dia de pegar este orgulho que paira no peito e não convertê-lo em burra prepotência, mas em ação efetiva. É dia de pensar no orgulho que cada LGBT pode ver, que cada um de nós pode gerar impacto social nos ambientes onde podemos influenciar, seja na família, na escola, na universidade, no trabalho, no clube, no parque, na rua, na igreja. Seja onde for.
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Resiliência somada a este orgulho é o manual de grandes ações e iniciativas. Somos fruto de impacto social. E podemos gerar mais. Basta querermos e agirmos. O orgulho é o ponto de partida, o gatilho do movimento que nossas engenhocas mentais e trabalho árduo podem gerar. Nutridos por foco e resiliência, poderemos olhar adiante, no futuro próximo, e termos mais motivos para nos orgulhar.
Uma andorinha só não faz verão, mas somos várias, diversas, milhares. Voamos por aí e pousamos, espalhando respeito, nos posicionando como seres humanos e batendo nossas asas em busca de melhores lugares ao sol. E, como este sol que é o mesmo para todas e todos, um dia teremos uma sociedade com leis, acessos e oportunidades iguais. Faremos verão. E todos verão. Nos orgulharemos ainda mais, pois.
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Fonte: Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do HuffPost Brasil e não representa ideias ou opiniões do veículo. Mundialmente, o HuffPost oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade, 28/06/2017.