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RS – Clima de comoção toma conta de manifestantes na Praça da Matriz em Porto Alegre

RS - Clima de comoção toma conta de manifestantes na Praça da Matriz em Porto Alegre
 Em contraste com a movimentação na noite dessa terça-feira, apenas algumas dezenas de manifestantes permanecem na Praça da Matriz, em Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira. Alguns servidores dormem em barracas, outros ouvem pelo rádio os últimos momentos da sessão de votação do pacote de medidas do governo do Estado. O clima parecia ser de calmaria, mas permeado por um sentimento de tristeza, que era intensificado sempre que algum grupo saía da Assembleia Legislativa, que aprovou a extinção de oito fundações estaduais na sessão mais longa da história da Casa.

Com uma decepção e uma indignação que levavam às lágrimas, servidores da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) lamentavam o fim da entidade, extinta via projeto de lei (PL) 240. “A gente não perdeu o nosso salário, perdeu a possibilidade de fazer o nosso trabalho”, explicou a funcionária Loana Cardoso. “É decepcionante, porque eles não sabem nada do nosso trabalho, não entendem nada de pesquisa”, lamentou a servidora Fabiana Mayer ao falar sobre os deputados que votaram a favor do PL. Chorando muito, a também funcionária da instituição extinta, Larissa Ambrosini, disse que parece que a culpa das dívidas do Estado é de quem estuda e trabalha e resumiu: “Sentimento de impotência”.

Outro grupo que saía da Assembleia era o dos servidores da Companhia Rio Grandense de Artes Gráficas (Corag), cujo fim, proposto no PL 244, ainda não foi votado. Os funcionários passaram a noite e o início da manhã se revezando para acompanhar de perto a votação. Analista de sistemas da entidade, Márcio Carvalho reclamou da falta de prestação de esclarecimentos por parte dos deputados, que não deram explicações convincentes de o porquê votarem a favor das extinções.

Além de servidores, a praça também conta com acampamentos de pessoas que apoiam a causa. Uma delas era o estudante de Filosofia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Otávio Araújo. Ele vem dormindo apenas em cima de um cobertor dentro de uma barraca e disse que está fazendo isso para ajudar a defender os manifestantes. Ele declarou ser da “linha de frente” dos protestos em confrontos com policiais.

A sindicalista da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Patrícia Tremarin, estava na Matriz aguardando outros integrantes do grupo retornarem ao acampamento. Enquanto isso, ouvia o fim da sessão na Assembleia por um rádio. Segundo ela, a última noite havia sido “um desespero” à medida que ocorria cada votação que, no início da manhã, levaria ao fim de oito fundações estaduais.

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