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Movimentos prometem mobilizações e resposta nas ruas contra impeachment

Movimentos prometem mobilizações e resposta nas ruas contra impeachment
Logo depois da aprovação da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, neste domingo (17), os movimentos organizados na Frente Brasil Popular e na Frente Povo Sem Medo passaram orientações para a militância concentrada em frente ao Congresso, em Brasília (DF). Ambas emitiram notas em repúdio à decisão da Casa, a qual afirmaram ter promovido "um golpe contra a democracia".

Na concentração na capital federal, que aglutinou em torno de cem mil pessoas ao longo do dia, Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), criticou a distância entre o voto dos parlamentares e a realidade das ruas. “As manifestações contra o impeachment estiveram entre as maiores da história brasileira”, disse.

Freitas também prometeu pressão sobre o Senado – onde será julgado o impeachment, sob condução do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. Além disso, o presidente da central falou na organização de um 1° de Maio histórico no país.

Já Carina Vitral, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), afirmou que agora é necessário barrar o “golpe no Senado, saindo às ruas em todo o país”. Também na capital federal, Gilmar Mauro, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) apontou que a votação do dia 17 abre um período em que a tarefa da esquerda é “politizar os trabalhadores”. Para ele, o papel da militância é fundamental e “mobilizou milhões” ao longo desses dias.

Por sua vez, Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), falou em um “estado de permanente mobilização”, afirmando que a luta nas ruas deve crescer e impedir um eventual governo golpista.

Unidade da esquerda

Ao longo deste domingo, na concentração em frente ao Congresso, antes da votação, lideranças dos movimentos e sindicatos já avaliavam que naquele momento estava aberto um novo cenário de luta, com a necessidade de organização da esquerda. Para eles, a construção das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo contribui nesse período de lutas.

Janislei Albuquerque, da direção nacional da CUT, avaliou que a unidade e diversidade da esquerda, vista no acampamento pela democracia e na concentração do dia 17, era inédita desde o ano de 2002. “Foi uma reaglutinação no interior da esquerda, a mais importante desde a luta contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca)”, pontuou.

Beatriz Cerqueira, presidente da CUT de Minas Gerais, avaliou que a construção da FBP fortaleceu os movimentos populares nesse processo de resistência contra o golpe. A tarefa, para ela, agora é enraizar em cada estado e cidades a Frente. “Estávamos desarticulados e temos agora mais capacidade de fazer um grande movimento”, disse.

Edson Carneiro, o “Índio”, dirigente da Intersindical, afirmou que a tarefa é de os movimentos, depois da votação do dia 17 de abril, “manterem-se nas ruas. Não reconheceremos no poder quem está de costas para o povo”, disse, referindo-se ao vice-presidente Michel Temer, que poderá assumir a Presidência do país, caso o processo de impeachment avance no Senado.

“Para dizer não à anti-democracia, devemos seguir forte na mobilização conjunta”, avaliou Maria das Dores Serqueira, coordenadora do MTST, ao ressaltar que este período será marcado por greves, paralisações, atos e trancamentos de estradas em todo o país.

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