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Conflitos no campo resultaram em 23 assassinatos este ano, aponta CPT

Conflitos no campo resultaram em 23 assassinatos este ano
Só no primeiro semestre de 2015, foram registrados 23 assassinatos em conflitos no campo em todo o Brasil. O dado é do Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em 2014, haviam sido registrados, no mesmo período, 20 assassinatos.

Para Ruben Siqueira, coordenador nacional da CPT, a violência no campo está relacionada com a"inoperância do governo federal e sua má vontade com a reforma agrária, em conjunto com o incentivo à exportação do que é produzido pelo agronegócio.” Ele acredita ainda que o governo atual não difere muito dos anteriores em relação à democratização de terras e combate aos conflitos no campo. “A violência não diminuiu do governo FHC [Fernando Henrique Cardoso] para os governos Lula e Dilma. Na realidade, ela mantém o mesmo padrão quantitativo”, afirma.

Siqueira sinaliza ainda uma mudança nos atingidos pelos conflitos do campo, pois, se as principais vítimas do conflitos no campo eram de comunidades tradicionais, os quilombolas e índigenas, no último ano, aumentou muito o número de vítimas ligadas à reforma agrária. "Dos 23 assassinatos registrados nesse primeiro semestre de 2015, 15 dizem respeito à reforma agrária, já que os acampamentos e assentamentos estão precarizados, indefinidos ou abandonados.”, diz.

A violência se concentra na Amazônia, em especial no Pará e Rondônia, lugares onde estão sendo desenvolvidos grandes projetos como a usina de Belo Monte, a de Tapajós, Jirau e Santo Antônio.

Para o coordenador da CPT, é necessário um amplo debate sobre a reforma agrária e uma “acumulação de forças suficientes dos movimentos sociais em uma direção, pois eles estão acuados, deixaram de pautar o cenário nacional, que hoje está dominado pelos setores conservadores.”.

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