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Com violência, PM contém protesto durante a final da Copa

Com violência
O protesto deste domingo 13 durante a final da Copa do Mundo no Rio de Janeiro tinha como motivação inicial o primeiro aniversário do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo, levado por policiais de sua casa, na Rocinha, em 14 de julho do ano passado. Mas a manifestação ganhou mais motivação depois que 26 mandatos de prisão foram expedidos um dia antes, quando 21 pessoas foram presas preventivamente pela Polícia Civil após pedido da Justiça carioca. Elas devem ficar presas ao menos cinco dias, sob a alegação de formação de quadrilha.

Neste domingo, os manifestantes ganharam ainda mais motivos para protestar contra as duas policiais cariocas. Os policiais militares agiram de maneira desproporcional contra os cerca de mil manifestantes que estavam na praça Saens Peña, na Tijuca, impediram o trabalho de advogados e não permitiram que os moradores do bairro chegassem às suas casas.

O secretário de segurança pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, havia anunciado, também um dia antes, "o maior esquema de segurança que o país já viu", uma promessa que aparentava ser cumprida pelo grande efetivo visto na praça.

Inicialmente, os policiais impediram a saída dos manifestantes da rua em frente à praça. Sem esconder seus rostos, eles iam e voltavam na rua trancada pelos policiais.

Cerca de duas horas antes do início do jogo entre Argentina e Alemanha, no Maracanã, os policiais dispararam bombas de gás lacrimogêneo sobre os manifestantes. Alguns tentaram sair do local, mas policiais perseguiram aqueles que entraram na estação de metrô, também fechada para a imprensa. Na sua saída, alguns passageiros choravam e diziam que, também lá dentro, a polícia havia disparado sobre manifestantes e quem mais estivesse por ali.

A reportagem presenciou bandeiras de partidos e máscaras de gás serem levadas de manifestantes. Ao ser revistado, um deles teve de abaixar as calças no meio da praça para mostrar que não possuía nada.

Um repórter canadense, identificado como Jason Ohry, disse que teve seu equipamentos levados pelos policiais. A reportagem de CartaCapital foi impedida de acompanhar revistas no local, expulsa do cordão de isolamento da polícia e impedida de trabalhar próximo à base policial.

O mesmo tratamento foi dispensado aos advogados. Integrantes do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos foram impedidos de acompanhar ao menos três presos no local. Policiais alegavam que eles não sabiam o nome dos detidos e, portanto, que não eram seus clientes e não poderiam ser acompanhados.

Os policiais militares procurados pela reportagem no local não concederam entrevistas.

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