O CEBI manifesta seu repúdio à matéria veiculada pelo Jornal Folha de São Paulo segundo a qual a entidade Koinonia (veja a nota aqui) poderia ter sido favorecida pelo atual Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na aprovação de convênios. De maneira maldosa, a matéria insinua que, por ter em seu quadro de sócios o pai do ministro, a entidade poderia ter sido beneficiada na seleção.
Parceira do CEBI há muitos anos, Koinonia sempre desenvolveu trabalhos muito sérios na linha de formação para a cidadania, enfrentamento do racismo, superação de preconceitos, prevenção contra a AIDS, entre outros. Alguns destes trabalhos são desenvolvidos com recursos do Ministério da Saúde.
O CEBI expressa sua solidariedade também a Anivaldo Padilha, pai do atual Ministro, testemunho de compromisso com a causa ecumênica, com as lutas pela redemocratização do país, tendo sido preso e torturado, inclusive por isso.
Leia abaixo a nota da CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviço)
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NOTA DA CESE a respeito do artigo de 30/01/14
publicado na Folha de São Paulo sobre Koinonia
A CESE, Coordenadoria Ecumênica de Serviço, entidade nacional sediada em Salvador, Bahia, e que completou 40 anos de atuação em 2013, acompanha a trajetória de Koinonia – Presença e Serviço desde sua fundação há 20 anos. Conhecendo de perto suas ações em diversas áreas, a CESE pode atestar sua competência, idoneidade e dedicação na defesa intransigente da justiça, de melhores condições de vida para a população brasileira, em especial aos setores mais marginalizados. Tem sido assim na área de saúde, com reconhecimento de seu trabalho na prevenção da AIDS, pelo governo do Estado de São Paulo, também na batalha contra a intolerância religiosa na Bahia e no Rio de Janeiro, apoio a setores rurais e juventude na prevenção contra as drogas e violência no Vale do São Francisco, aos quilombolas e povos indígenas em várias circunstâncias e regiões, sendo esses apenas alguns exemplos de seu empenho. Lamentamos que uma vez mais a Folha de São Paulo, importante veículo de comunicação, se preste a fortalecer o processo de criminalização das ONGs. Essa questão vem sendo abordada por diversas organizações nacionais e internacionais e foi foco da Nota pública “Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil e o Controle Da Corrupção – O que está por trás do descaso do Governo?”, assinada por 52 redes e 232 entidades no final de setembro passado. Não tem sido fácil para as organizações da sociedade civil se adequarem às exigências dos convênios e, quando conseguem êxito nos editais, encontra-se um motivo para questionamento. O próprio artigo da FSP assinala que Anivaldo Padilha, pai do Ministro da Saúde, se desligou da direção da Koinonia quando o filho assumiu o comando da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, em 2009, para “cumprir o que determina a legislação e evitar qualquer tipo de conflito de interesse ou prejudicar a continuidade dos programas”. Não deveria ser considerado esse comportamento ético? Finalmente, queremos chamar a atenção para a urgência de um novo marco regulatório da relação das organizações da sociedade civil com o governo, para que se possa avançar na realização de importantes políticas públicas e reconhecendo a necessidade de uma justa colaboração entre Estado e Sociedade para a promoção e garantia de direitos às populações desfavorecidas em nosso país.
Salvador, 30 de janeiro de 2014
Sônia Gomes Mota Diretora Executiva