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Atividades pela paz recordam 18 anos da Chacina da Candelária

Atividades pela paz recordam 18 anos da Chacina da Candelária

Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, cerca de 40 crianças e adolescentes que dormiam na praça da Igreja da Candelária, no centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ), foram alvo de ataques. A "Chacina da Candelária", como o episódio ficou conhecido, resultou na morte de seis crianças e dois adultos. Nesta semana, 18 anos depois, organizações sociais, religiosas e de defesa dos direitos humanos realizam atividades para relembrar o caso e demandar a implementação de políticas públicas destinadas a crianças e adolescentes.

"A Luta pela Vida! Lembrar é Reagir! Esquecer é Permitir". Com esse lema, mães e crianças participam de atividades para recordar os 18 anos da morte dos meninos da Candelária e alertar a sociedade para a questão das crianças e dos adolescentes. Para Maria de Fátima da Silva, coordenadora da Pastoral do Menor Regional Leste I do Rio de Janeiro, a Chacina da Candelária evidenciou o problema da segurança pública e a criminalização da pobreza que ainda está presente no país.

Maria de Fátima chama atenção para falta de oportunidade e de implementação de políticas públicas voltadas para essa parcela da população. "Que portas a sociedade está dando para essa criança?", questiona, lembrando, por exemplo, a falta de preparo de estados e municípios para lidar com a questão das drogas.

De acordo com ela, não há tratamento suficiente para a demanda nem políticas de prevenção. "Faltam creches, faltam escolas, faltam trabalhos comunitários que evitem que essas crianças fiquem nas ruas", comenta, acrescentando que as políticas de Estado não descontinuadas. "Se o Governo muda, o tratamento também muda. O orçamento [para crianças e adolescentes] diminui a cada ano. E quem sofre com isso são as famílias, os pobres, as crianças", reclama.

Maria de Fátima ainda destaca que algumas pessoas teimam em vitimar crianças e adolescentes e a não encará-los como sujeitos de direitos. "A sociedade está devendo muito às crianças. Tem gente que não vê a criança como sujeito de direitos; que continua a ver a criança como objeto", comenta.

Programação

As atividades em recordação à Chacina da Candelária começam hoje (21). A abertura das ações está marcada para 18h em frente à Igreja da Candelária, onde mães do Rio de Janeiro e de outros estados realizarão uma vigília pela paz e solidariedade.

As ações prosseguirão a partir das 10h de amanhã (22), com uma missa e um ato ecumênico pelos 18 anos das mortes dos meninos da Candelária. Às 12h, os participantes realizarão uma Caminhada em Defesa da Vida "Candelária Nunca Mais" da Igreja da Candelária à Cinelândia. Durante a tarde, crianças e adolescentes promoverão um ato político contra as violações aos direitos humanos e a não implementação do ECA.

No sábado, dia em que a Chacina completa 18 anos, organizações sociais e de defesa das crianças e dos adolescentes passarão em carreata por algumas comunidades cariocas para chamar atenção para a violência contra os menores de 18 anos. No final, os grupos se reunirão em frente à cruz da Igreja da Candelária com os nomes das crianças mortas e soltarão balões pela paz.

Chacina da Candelária

No dia 23 de julho de 1993, mais de 40 crianças e adolescentes em situação de moradia na rua foram alvo de tiros em frente à Igreja da Candelária, onde dormiam. O caso, conhecido como "Chacina da Candelária", interrompeu a vida de oito meninos e até hoje não se sabe o motivo do crime. Três policiais envolvidos no massacre foram julgados e condenados.

Mais informações sobre as ações dos 18 anos da Chacina da Candelária pelo twitter @CedcaRJ ou pelo facebook: cedca rio de janeiro

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