O Seminário da Região Norte (Pará – Maranhão – Piauí)

O SEMINARIO DA REGIÃO NORTE (Pará – Maranhão – Piauí), ocorrido nos dias 26, 27 e 28 DE SET/2025 – IMPERATRIZ (MA).

TEMA: O que está acontecendo com a nossa casa? Diálogos sobre os impactos ambientais à luz do Laudado Si.

No dia 26/09/2025, uma cerimônia de acolhida e mística foi realizada pelo estado do Piauí, destacando-se por suas ações de cuidado e solidariedade. Foi realizada uma cerimônia de lavagem dos pés, simbolizando humildade, respeito e cuidado ao próximo. Todos e todas presentes receberam massagens, uma prática que promove relaxamento e bem-estar, ajudando a aliviar o cansaço acumulado devido às longas viagens de deslocamento de diferentes regiões. Essa iniciativa foi uma demonstração de cuidado mútuo, reforçando os laços de solidariedade e fraternidade entre os participantes. A mística reflete valores importantes de cuidado, respeito e união, essenciais para fortalecer o espírito de cooperação e solidariedade no Cebi.

A seguir cada Estado trouxe uma síntese da situação de diferentes Estados.  Imperatriz do Maranhão -destacou a importância do trabalho de catadores de materiais recicláveis, realizado por uma associação que reúne mais de 100 membros. Evidenciou-se o preconceito social enfrentado por esses trabalhadores, que afeta também seus filhos, refletindo uma questão de estigma e discriminação que permeia a atividade. Essa situação revela desafios sociais e culturais enfrentados pelos catadores, incluindo a marginalização e a falta de reconhecimento, que impactam suas vidas pessoais e profissionais. Além disso, o relato demonstra a relevância de associações e movimentos sociais na organização e fortalecimento dessas comunidades, promovendo uma maior visibilidade e potencialmente contribuindo para a mudança de percepções sociais. A experiência de Imperatriz serve como um exemplo de como a mobilização coletiva pode atuar na luta por direitos e reconhecimento, além de evidenciar a necessidade de políticas públicas que combatam o preconceito e promovam a inclusão social dos catadores.

O estado do Piauí tem uma história marcada por desafios sociais, ambientais e econômicos, refletindo a complexidade de seu desenvolvimento regional. A importância da leitura popular da Bíblia é um aspecto cultural relevante, promovendo valores e fortalecimento comunitário. Contudo, o avanço do agronegócio na região tem gerado preocupações ambientais e sociais significativas. A aquisição de terras por grandes empresas para ampliar áreas de produção agrícola tem causado a contaminação do solo e das águas, afetando a saúde das comunidades locais e a biodiversidade. Além disso, a expansão de usinas eólicas, como citado por Airton de Parnaíba, tem trazido prejuízos às comunidades, incluindo o assoreamento do solo, deslocamento de animais e incômodos às populações residentes. A implantação de tecnologias como o hidrogênio, embora promissora para a matriz energética, apresenta riscos ambientais que ainda precisam ser avaliados com cautela. A atividade mineradora, especialmente em Piripiri, tem provocado contaminação de águas e do ar, agravando os problemas ambientais na região. Por outro lado, as experiências do CEBI na região Norte demonstram a importância de metodologias que fortalecem as comunidades de base, promovendo movimentos sociais e organizações que atuam sem hierarquias ou distinções, buscando a inclusão e o acolhimento dos anseios populares. Essas ações contribuem para o fortalecimento do tecido social e para a busca por soluções sustentáveis, equilibrando o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e o bem-estar social.

O Cebi – Pará tem concentrado sua atenção na realização da COP 30, destacando a importância de sua capital, Belém, como centro de discussões ambientais globais. A cidade tem investido significativamente na organização do evento, com gastos estimados em 30 bilhões de reais, destinados a infraestrutura, logística e atividades relacionadas à conferência. No entanto, esse foco no evento tem gerado preocupações quanto ao abandono das periferias, que permanecem sem investimentos adequados, evidenciando uma disparidade social e econômica na região. Durante a COP 30, uma parte considerável dos recursos foi direcionada para atividades de entretenimento, incluindo mega shows e eventos culturais, como a live Amazonia, que contou com a participação de cantores internacionais e artistas locais da região Norte. Essas ações visam promover a cultura amazônica e atrair a atenção global para a biodiversidade e os desafios ambientais da região. Além do evento principal, há uma mobilização significativa na Cúpula dos Povos da Amazônia, que ocorrerá de 12 a 16 de novembro na Universidade Federal do Pará (UFPA). Essa cúpula reúne organizações sociais, ambientais e comunidades locais para discutir alternativas sustentáveis e estratégias de preservação do meio ambiente e do clima na região amazônica e no mundo.  A participação de entidades como o Cebi – Centro de Estudos Bíblicos demonstra o envolvimento nas discussões sobre a Casa Comum. A realização da COP 30 e a cúpula paralela representam uma oportunidade para promover debates sobre a preservação da floresta amazônica, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável. Ainda assim, é fundamental que os recursos destinados ao evento também sejam utilizados para promover melhorias nas condições das comunidades locais, especialmente nas periferias, garantindo que os benefícios da conferência se estendam a toda a população da região.

Foi aberto para algumas considerações e a seguir as considerações de Luiz Cheibritz (assessor do Cebi-Nacional).

No dia 27/09 A mística e coordenação do Cebi Pará. A mística foi realizada ao redor de uma grande mangueira, com o canto indígena, de maneira circular com a leitura de bíblica Rm 8,12. E a dança circular com as batidas das maracas indígenas. Logo a seguir nos diriginas para a composição da Mesa Sobre a Realidade Ambiental na Amazonia. Os representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST), Divina; Mikael, de Justiça dos Trilhos, e João Palmeira Junior, representante da CPT de Imperatriz. Este encontro também contou com a presença do presidente da Casa Familiar Rural de Coquelândia, que desempenha papel importante na promoção do desenvolvimento sustentável e na defesa dos direitos dos agricultores familiares na região. Após as exposições abriu-se para a planária com acréscimos, dúvidas e outras questões.

No período da tarde foi de responsabilidade do Luiz Cheibritz (assessor do Cebi Nacional). Que abordou uma reflexão sobre a relação entre os seres humanos e a natureza, destacando a importância de conscientizar-se sobre o impacto de nossas ações no meio ambiente. A atividade proposta incentiva a autorreflexão, permitindo que as pessoas percebam como os elementos naturais estão presentes em suas vidas e corpos, reforçando a conexão intrínseca entre o ser humano e o ecossistema. Essa conexão é fundamental para promover uma maior responsabilidade na preservação do planeta, especialmente diante dos desafios atuais relacionados às mudanças climáticas e à degradação ambiental. A experiência de contato direto com a natureza, como caminhadas, serve como uma ferramenta de sensibilização, ajudando as pessoas a perceberem a importância de cuidar do meio ambiente. Compartilhar essas experiências fortalece a compreensão coletiva sobre a necessidade de ações concretas, como a coleta de lixo, para combater a poluição, especialmente com plásticos, que representam uma ameaça significativa à saúde do ecossistema. O texto enfatiza que a saúde do planeta está diretamente relacionada à nossa saúde, pois somos parte do ecossistema. A metáfora de que somos o ar que respiramos, a terra que pisamos e a água que bebemos reforça essa conexão vital. Além disso, a citação de que o pão vem da terra destaca a importância de preservar os recursos naturais para garantir a segurança alimentar e o bem-estar. Por fim, o texto alerta para a gravidade da situação atual, indicando que estamos vivendo no limite, com mudanças climáticas que, segundo a ciência, podem ser irreversíveis. Essa mensagem reforça a urgência de ações globais e individuais para mitigar os efeitos do aquecimento global e proteger o planeta para as futuras gerações.

Terminamos o dia com a Noite Cultural – partilha de comidas típicas, danças e músicas da região.

Dia 27/09 Mística e coordenação do Cebi-Região Tocantina (MA). Realizada com cantos e mantras e invocação dos mártires da terra. A seguir foi dada a palavra para o nosso assessor que fez as considerações ontem, a mística foi sobre que tudo está interligado, e somos parte da natureza, o dia e ontem foi muito interessante, pois pela manhã, abordou temáticas sociais importantes para região, com três convidados discorreram sobre as experiências dos movimentos que representam.

No momento da tarde tivemos reflexões sobre a natureza e fizemos uma caminhada sobre a floresta, onde tivemos contato com o meio ambiente, e fizemos a experiencia de sentir os elementos que compõe a natureza, a fim de nos sentirmos parte dela.

No segundo momento fizemos uma viagem sobre o livro do gêneses, sobre os textos que remontam a criação, a fim de entender as narrativas e suas interpretações, pois sofremos influências de outras culturas na nossa forma de perceber a origem das coisas.

Reflexão de Luiz na manhã do dia 28 /09/2025 Aprendemos a ler a bíblia a partir dos pobres, por conta da nossa situação de colonização. A bíblia muitas vezes é interpretada dependendo do lugar que aqueles que a lê e interpreta ocupa.

Reflexão sobre gálatas 27- Acreditam que Jesus é o Messias, mas ainda não batizados, mas acreditavam que Jesus era o salvador.

O grupo que se junta a Constantino não foi o total dos cristãos, mas uma elite do Cristianismo. A partir disso, foi feito um paralelo sobre o contexto da leitura bíblica na América que se deu a partir de um contexto de exploração, morte, escravidão.

A partir das leituras Bíblicas o Luiz deixou como desafio, que se buscasse fortalecer os espaços pastorais com escutas, reflexões a partir da luz da palavra de Deus. Juntar as pessoas, entender seus problemas, suas angústias, necessidade, e buscar formas de ajudá-las de alguma forma. Buscar meios para que seja promovido ações práticas de transformações sociais, através de projeto, poder público, sociedade privada, movimentos e organismos.

A seguir cada Estado reuniu pensar a autossustentabilidade do Cebi Norte e  avaliação e planejamento da Região.

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