“Louvado sejas meu senhor, pela irmã nossa, a morte corporal da qual nenhum ser vivente pode escapar” (Cântico das criaturas São Francisco de Assis)
Como bem disse ele: “Escolheram um papa quase do fim do mundo”. Francisco fez sua Pascoela ou sua Páscoa aos 21 de abril de 2025, logo após celebrarmos a ressurreição de um homem de Nazaré, Jesus (Lc 18,37). A notícia nos chegou logo pela manhã, muitos e muitas pessoas ainda sem acreditar, mas após a confirmação anunciada pelo Vaticano da capela da Casa Santa Marta, fomos então deixando a notícia chegar até o coração e a alma o que já se confirmava. Mas o que falar deste homem de Deus e homem de oração?
Em 12 anos de pontificado ( 2013 – 2025), Francisco semeou muitas ideias ao qual a maior parte destas ideias apontam para os caminhos em que a igreja precisa caminhar sem esquecer as pessoas pobres, oprimidas e marginalizadas de nossa sociedade, demonstrou uma preocupação e cuidado pastoral com as empobrecidas e o rompimento claro do clericalismo que fez da igreja uma instituição autocentrada e distante da boa notícia de Jesus. Um Papa que pela primeira vez na história é da América Latina e, no seu discurso de início de pontificado, falou da necessidade de a Igreja ir às periferias, sair de dentro de seus palacetes e muros e ir ao encontro do povo como Jesus de Nazaré. Uma igreja que não vai ao encontro do povo é uma igreja que se fecha para dentro dela mesma, a igreja precisa estar onde o povo se encontra, se reúne, sofre e luta por sobrevivência, a igreja precisa realmente se fazer presente no meio do povo e caminhar com este povo.
O que nos marcou profundamente no pontificado de Francisco foi o seu compromisso com os mais vulneráveis, o seu empenho em promover o diálogo entre diferentes culturas e religiões, buscando a paz e a reconciliação em um mundo cujo a atualidade é marcada por conflitos. Este papel de promover a paz é uma manifestação da profecia, pois ele pode ser chamado também de profeta da esperança, ele procurou abrir portas, derrubar muros, abriu portas ao assinar um documento autorizando que os padres concedam bençãos à casais do mesmo sexo em Igrejas, teve coragem para romper com uma decisão relacionada a doutrina da igreja católica de condenar a união homossexual. O Papa Francisco ouviu a voz de Deus onde nos chama todos os dias “Reconstrói a minha igreja”, ouviu assim como São Francisco de Assis e se pôs a reconstruir, não com pedras, mas com gestos e ações e dando testemunho da presença de Deus no mundo, mostrou através de suas ações o rosto misericordioso de Deus ao mundo. Homem de Deus e de oração, vai em paz meu irmão. Como diz Zé Vicente: Vai, Mário, amado Papa Francisco, recebe o beijo de Deus, o abraço de Jesus ressuscitado, o sopro restaurador da Divina Ruah e o colo da mãe de Jesus. Somos todas e todos gratas e gratos por teu pontificado. Faz tua Pascoela, descansa profeta da esperança, irmãozinho dos simples e pequenos da terra.
Campinas – São Paulo, 21 de Abril de 2025
Direção Nacional e Conselho Nacional do CEBI


