“Bastariam dois pães e dois peixes e o milagre do amor, pra acabar com tanta fome e acabar com tanta dor!”
O Evangelho deste domingo nos conta a história da multiplicação dos pães. O povo vinha atrás de Jesus, porque via os sinais que ele fazia para os doentes. Era um povo desorientado sem saber o que fazer, faminto, sem ninguém que cuidasse deles, por isso, acreditavam que Jesus podia resolver seus problemas.
Estava perto da Páscoa dos judeus. Na primeira Páscoa, a libertação do Egito, o povo atravessou o mar Vermelho.
A segunda Páscoa (Jo 6,4): Jesus não vai a Jerusalém, atravessa o mar (6,1) e, com seus discípulos e a multidão, dá início ao novo Êxodo. Como Moisés, também sobe a montanha (6,15). No deserto o povo teve fome. Moisés conseguiu alimento para o povo.
Jesus olhando para a multidão com fome, pergunta para Filipe: “onde podemos comprar pão para dar ao povo?” Felipe tenta buscar um jeito mais fácil de resolver, ainda não entendia a proposta. André, no entanto, busca uma solução, encontra um menino com cinco pães de cevada e dois peixes, e o menino se dispõe a partilhar tudo o que tinha, e o leva até Jesus. Jesus acomoda o povo na grama, dá graças, multiplica os pães e os peixes e distribui. Por trás desta “maravilhosa história” está o “sinal” do banquete messiânico (Is 55,1-3: vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei…) Esse sinal mostrou que o Messias já chegara (Jo 20,31).
E torna-se o verdadeiro maná. Jesus é o pão vivo – verdadeiro maná (Ex 16; Nm 11), mata a sede (Ex 17). Anuncia que não foi Moisés, mas o seu Pai que “mandou o pão do céu”.
Jesus manda recolher o que sobrou dos pães. Recolheram 12 cestos. João não dá informações se sobrou algum peixe. Quer invocar o pão como símbolo da Ceia Eucarística. João não descreve a Ceia Eucarística, mas descreve a multiplicação dos pães como símbolo do que deve acontecer nas comunidades por meio da celebração da Ceia Eucarística.
O que isso nos ensina hoje?
“Eles queriam um grande rei, que fosse forte e dominador…”
Jo 6,14: Vendo o SINAL que Jesus tinha feito, disseram: Este é o PROFETA. Jo 6,15: quiseram fazê-lo REI. Jesus de fato é o novo Moisés, o Messias, aquele que o povo estava esperando (Dt 18,15-19). Mas esta intuição tinha sido desviada pela ideologia da época.
Jesus, percebendo o que ia acontecer, refugia-se sozinho na montanha.
Para refletirmos: o que fazemos para contribuir na superação da fome e da injustiça social hoje?
Amélia Romano
CEBI-MS