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Bispo Maurício Andrade assume a presidência de Koinonia

O bispo Maurício Andrade, da Diocese Anglicana de Brasília, é o novo presidente de Koinonia – Presença Ecumênica e Serviço. A eleição da nova diretoria da entidade, cujo mandato será até novembro de 2024, foi durante a última Assembleia Geral da entidade, em 16 de fevereiro.

Ecumenismo, serviço e missão

Ecumenismo, serviço e missão são dimensões bem presentes no ministério do bispo Maurício. Ele já foi presidente do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI), região Brasil; participa ativamente das atividades do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil e do Fórum Ecumênico ACT Brasil (FEACT); teve papel destacado na preparação da IX Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), em 2006; está à frente de diversas iniciativas diaconais junto ao Centro Social Anglicano e, mesmo hoje, segue em incontáveis viagens missionárias nas localidades atendidas pela Diocese Anglicana de Brasília.

IEAB

Bispo Maurício também tem uma extensa folha de serviço na IEAB, dos quais podemos destacar a Secretaria Geral da Igreja, em 1994, função que desempenhou por dez anos; bispo diocesano de Brasília desde 2003 e eleito bispo primaz em 2006.

Mas o que é Koinonia?

Fundada em 1994, Koinonia – Presença Ecumênica e Serviço é uma organização com atuação nacional e internacional. Composta por pessoas de diferentes tradições religiosas, reunidas em associação civil sem fins lucrativos, integra o movimento ecumênico e presta serviços ao movimento social. A missão de Koinonia é mobilizar a solidariedade ecumênica e prestar serviços a grupos histórica e culturalmente vulneráveis e em processo de emancipação social e política; além de promover o movimento ecumênico e seus valores.

Koinonia também presta serviços e estabelece alianças com a população negra organizada em comunidades urbanas e rurais, trabalhadores rurais, mulheres, jovens, agentes de solidariedade com pessoas que vivem com HIV/AIDS, e lideranças intermediárias das igrejas. Outro campo de atuação é em organizações ecumênicas nacionais e internacionais.

Entrevista

Na última semana, conversamos com o bispo Maurício sobre esse novo desafio que ele abraçou! Confira:

  1. Como foi receber mais essa missão?

Bispo Maurício: Para mim é mais um desafio e uma resposta ao chamado de servir. Eu tenho participado, há muitos anos, de Koinonia, que é um organismo ecumênico criado há 30 anos e que tem um papel muito importante de presença ecumênica e solidária. Há algum tempo, por exemplo, Koinonia atua com três escritórios de serviço: Rio de Janeiro, nossa sede, São Paulo e Salvador. Para mim também é uma grande alegria seguir os passos do nosso presidente anterior, bispo Paulo Ayres, que ao longo de anos tem sido uma testemunha de fé, esperança e solidariedade. Vamos caminhar juntas e juntos com a Diretoria para servir a todas as pessoas na busca de transformar as estruturas injustas da sociedade.

  1. Sua jornada no mundo ecumênico vem de longa data. Junto ao Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), você sempre foi um importante interlocutor, criando pontes de diálogo não apenas com outras igrejas cristãs, mas com movimentos sociais e pessoas de outras confissões religiosas. De que modo esse seu background vai contribuir em Koinonia?

Bispo Maurício: Minha caminhada e envolvimento com o sonho ecumênico e de unidade vem desde minha formação universitária; depois, uma experiência que agregou muito valor na caminhada foi o tempo que trabalhei em Belém (1988). Ali, participamos do movimento de criação da UNIPOP. Inclusive nossa Paróquia em Belém foi que abriu os espaços físicos para acolher a UNIPOP em sua primeira fase de serviços, e ali foi uma experiência de um projeto de unidade, integrando movimentos sociais, organizações sindicais e Igrejas.

Quando da minha sagração episcopal (2003), a presença do movimento ecumênico e social foi uma marca fundamental para o início de um novo ministério de serviço na Igreja, e um dos símbolos do meu selo episcopal é o barco do ecumenismo, uma vez que sempre desejei manter a porta aberta para servir, e aberta para todas as pessoas. Nesse caminho, vivi experiências no CLAI, no CMI, Fórum Social Mundial, CONIC, Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), CELADEC, Grupo Ecumênico de Brasília (GEB) e, claro, também em Koinonia. É nessa perspectiva que desejo contribuir, buscando cada vez mais uma forma de relação horizontal entre as lideranças e todas as pessoas que integram a família de Koinonia.

  1. Quais pontes você vislumbra criar para fortalecer a parceria de Koinonia com a nossa IEAB?

Bispo Maurício: Eu penso que podemos aprofundar muitos caminhos de parceria e serviços, uma vez que tanto nossa IEAB, quanto Koinonia, experimentam momentos de implantação de seus planos e diretrizes de plano estratégico. Assim, penso que, como Igreja, podemos nos envolver nos três eixos de ação de Koinonia, que se desenvolverá em 1) Mobilizações Ecumênicas e da Sociedade Civil; 2) Direitos das Comunidades Negras Tradicionais e a Superação do Racismo; e 3) Direitos de Gênero, Sexuais e Reprodutivos. Percebo que podemos promover diferentes ações em perfeita sinergia, o que pode nos ajudar na IEAB no sentido de fortalecermos as nossas práticas e ações de serviço no testemunho de uma Igreja ousada e plenamente inserida na sociedade.

  1. A cada ano que passa a gente vê seu trabalho em favor do ecumenismo e de causas sociais só aumentar. Geralmente, espera-se justamente o contrário, ou seja, as pessoas vão “pisando no freio” à medida que o tempo vai passando. De onde você tira energia para seguir “acelerando”?

Bispo Maurício: Penso que a energia vem das pessoas! Sim, das pessoas que estão junto comigo, que caminham comigo nos meus sonhos. Por estar junto com elas, os sonhos deixam de ser meus e se tornam comunitários. Sinto muita alegria ao perceber sonhos sendo realizados.

Trago sempre à memória as palavras de dom Hélder Câmara, que dizia: “A utopia é a mola do mundo” e “nas bem-aventuranças de nosso Senhor Jesus Cristo falta uma ou está implícita em todas, bem aventurados os que sonham, porque correrão o doce risco de um dia ver os seus sonhos realizados”. Pensamentos como esses me motivam a seguir com a utopia, sonhando cada vez mais para correr esse doce risco de ver os sonhos realizados.

 

Fonte: site da IEAB

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