Artigos e Reflexões

A mentira se fez carne e habitou entre nós

Por Carlos Nunes*

 

“E a Palavra se fez homem e habitou entre nós.
E nós contemplamos a sua glória:
glória do Filho único do Pai,
cheio de amor e fidelidade.” (João 1, 14)

Desde a primeira linha, quero deixar claro que essa breve nota é uma homenagem ao excrementíssimo presidente e a sua seita com aroma neonazista, estou aqui para declarar toda minha admiração (contém ironia). Como sabemos, de forma recorrente, o Jair usa seu nome “Messias” para fazer analogias com Jesus e claramente seu rebanho adora essa “brincadeira”. Você gosta também? Não é divertido?

Estava lembrando do primeiro capítulo do Evangelho de João, onde é narrado o poder da palavra, como a palavra de Deus gera um impacto no mundo, pois dá origem a tudo, cria a vida, ilumina e acolhe, é fonte de amor e sabedoria, leia João 1, 1-18. Nessa passagem em que o evangelista narra a importância positiva da palavra, o Diabo, Pai da Mentira, só pode ter enviado um secretário pessoal, o excrementíssimo, para gerir o Brasil e mostrar o extremo oposto, como a palavra pode ser fonte de cegueira, morte e tragédia.

Enquanto o Messias organiza discípulos missionários para promover o Banquete da Vida, o Messias Fake organiza corporações, dialoga com a milícia (Adriano da Nóbrega best friend da familicia Bolsonaro, mas não somente), quer aparelhar a PF, a PM e o que mais for possível para benefício próprio, assim como para promover o Banquete da Morte, leia Marcos 6. Já que enquanto Jesus ressuscitou os mortos, Bolsonaro tem o poder de desressuscitar os vivos, como ele mesmo disse por várias vezes que “a minha especialidade é matar”, esse golpista.

Enquanto a palavra narrada nos evangelhos fala sobre amor, cuidado e partilha, a palavra por aqui tem sido usada para distribuir violência, balbúrdia, desinformação e destruição, até porque o excrementíssimo acha que partilha é coisa de “comunista” e amor é coisa de “fraquejada” e “viadinho”, consequentemente na cabeça dele tudo isso é muito ruim e ele deve fazer o extremo oposto, quando se é “homem” o nome do carinho é coronhada, né Bozo?

Não quero deixar aqui a impressão de que todos que fazem oposição ao excrementíssimo são bons, a setores da sociedade que são menos maus do que ele, mas isso não significa muita coisa não. A nossa sociedade está doente e alguns milhões de brasileiros e brasileira se sentem representados com todo o mal que sai da boca e das atitudes do excrementíssimo, esse mensageiro do caos é um sintoma grave que é preciso rever o caminho desse país ou todos vão perder, como avisou a Dilma e ninguém a ouviu.

O Messias que não faz milagre, o indivíduo que tem “toque de Midas” ao contrário, pois transforma tudo que toca em merda, é uma das evidências que o Brasil se tornou o lugar em que alguns estão buscando o direito de viver, enquanto outros, os que apertaram 17 nas urnas em 2018, estão buscando o direito de matar. As pernas curtas da mentira estão indo longe demais, para muitas famílias talvez já seja um estrago irreversível, mas para o país ainda exista algum tempo, que não nos falte esperança e coragem para derrubar esse verme com a faixa presidencial.

 

“Quando querem transformar
Dignidade em doença
Quando querem transformar
Inteligência em traição
Quando querem transformar
Estupidez em recompensa
Quando querem transformar
Esperança em maldição […]
E você de que lado está? […]”
Legião Urbana – 1965 (Duas Tribos)

Carlos Nunes
Militante na Pastoral da Juventude,
colaborador do CEBI-SE
e tenta ser youtuber no Canal Não é Heresia

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