Notícias

Segura na mão de Deus! (Mateus 14,22-33) [Mesters, Lopes e Orofino]

O texto da reflexão de hoje descreve a travessia no barco e a tempestade no lago. De vez em quando, há momentos na vida em que tudo parece dar o contrário.

O medo nos assalta.

Nada dá certo. Boa vontade não falta, mas já não adianta. Parecemos com um barco que vai afundando no mar.

 Situando

Entre o Sermão das Parábolas (Mt 13) e o da Comunidade (Mt 18), está novamente uma longa parte narrativa (Mt 14 até 17). O Sermão das Parábolas chamava a atenção para a presença do Reino nas coisas da vida. A parte narrativa mostra como este Reino está presente nas contradições da vida, provocando reações a favor ou contra. Um dos episódios narrados é a travessia do lago. Depois de ter reunido o povo no deserto (Mt 14,13-14) e ter instituído a mesa comum, por meio da partilha que multiplicou o pão, Jesus sente a necessidade de ficar a sós com o Pai. Ele manda os discípulos fazerem a travessia para o outro lado do mar, despede a multidão e sobe a montanha para rezar.

Esta travessia do mar simboliza a travessia que as comunidades tinham de fazer no fim do século I:
  • Sair do mundo fechado da antiga observância da Lei para o novo jeito de observar a Lei do amor, ensinada por Jesus;
  • Sair da ideologia da pertença a um suposto único povo eleito, como se fosse privilegiado por Deus entre todos os povos, para a certeza de que em Cristo todos os povos se fundiam num único povo diante de Deus;
  • Sair do isolamento da intolerância para o mundo aberto do acolhimento, do respeito e da gratuidade.

Travessia perigosa, mas necessária.

Comentando

Mateus 14,22-24: Iniciar a travessia a pedido de Jesus
Jesus forçou os discípulos a irem para o outro lado do mar, onde ficava a terra dos pagãos. A barca simboliza a comunidade. Ela tem a missão de dirigir-se aos pagãos e de anunciar também entre eles a Boa Nova do Reino que gera um novo jeito de viver em comunidade. Mas a travessia é perigosa e demorada. A barca é agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. Apesar de terem remado a noite toda, falta muito para chegar à terra. Faltava muito para as comunidades fazerem a travessia para os pagãos. Jesus não foi com eles. Ele queria que aprendessem a superar as dificuldades da vida juntos, unidos e fortalecidos pela fé. O contraste é grande: Jesus orante (ver abaixo) junto de Deus na paz da montanha, e os discípulos meio perdidos lá embaixo, no mar revolto.

 

Mateus 14,25-27: Jesus se aproxima, e eles não o reconhecem
Na quarta vigília, isto é, entre as 3 e 6 da madrugada, Jesus foi ao encontro dos discípulos. Andando sobre as águas, chegou perto deles, mas eles não o reconheceram. Gritavam de medo, pensando que fosse um fantasma. Jesus os acalmou dizendo: “Coragem! Sou eu! Não tenham medo!” A expressão “Sou eu!” é a mesma com que Deus fortaleceu Moisés quando o enviou para libertar o povo do Egito (Ex 3,14). Para as comunidades, tanto de ontem como de hoje, era, e é, muito importante ouvir repetidamente: “Coragem! Sou eu! Não tenham medo!”

Mateus 14,28-31: Entusiasmo e fraqueza de Pedro
Pedro pede para andar sobre as águas. Quer experimentar o poder que domina a fúria do mar. Um poder que, na Bíblia, é exclusivo de Deus (Gn 1,6; Sl 104,6-9). Jesus permite que ele participe deste poder. Mas Pedro tem medo. Pensa que vai afundar e grita: “Senhor! Salva-me!” Jesus segura-o e repreende-o: “Homem fraco na fé! Por que duvidou?” Pedro tem mais força do que ele imagina, mas tem medo das ondas contrárias e não acredita no poder que existe nele. As comunidades não acreditam na força do Espírito que existe dentro delas e que atua por meio da fé (Ef 1,19-20). Pedro quer seguir Jesus com poderes extraordinários. No entanto, Jesus lhe mostra ser seu discípulo é segui-lo no caminho da cruz, do serviço, da partilha.

Mateus 14,32-33: Jesus é o Filho de Deus
Jesus entra na barca e a ventania para. Os discípulos ficam maravilhados e ajoelham-se diante dele, reconhecendo que ele é verdadeiramente o filho de Deus. Quando reconhecemos a presença de Jesus em nosso meio, já não temos medo das tempestades e marés da vida. Ficamos segurando firmes em sua mão e enfrentamos os ventos contrários.

Alargando

A Comunidade: um barquinho boiando no mar da vida
O canto diz: “Se as águas do mar da vida quiserem te afogar, segura na mão de Deus e vai!” As ondas do mar provocam medo e pavor. Era esta a situação em que se encontravam os discípulos e discípulas na época de Mateus, boiando no mar da vida dentro do barquinho da comunidade. Ninguém tem a possibilidade de controlar a força das ondas a não ser Deus (Gn 1,2). Mateus relata a caminhada de Jesus sobre as águas para que as comunidades não se assustem nem afundem como Pedro, mas tenham a firme convicção de que em Jesus ressuscitado a força criadora de Deus as sustenta.

A dúvida de Pedro e a fé dos discípulos em Jesus
Diante da onda que avança sobre ele, Pedro afunda na água por falta de fé. Depois que Jesus o salvou, são os discípulos que confessam a fé em Jesus, filho de Deus. Mais tarde, Pedro terá a mesma fé em Jesus, filho de Deus (Mt 16,16). Assim, Mateus sugere que não é Pedro que carrega a fé dos discípulos, e sim é a fé dos discípulos que carrega a fé de Pedro.

Travessia

Como os discípulos de Jesus, as comunidades estavam numa travessia difícil e perigosa, saindo do mundo fechado das observâncias e dos sacrifícios para o mundo aberto do amor e da misericórdia. Também nós estamos numa travessia difícil para um novo tempo e uma nova maneira de ser igreja, o que exige coragem e muita confiança.

 

Jesus orante

  • Aos doze anos de idade, lá no Templo, na Casa do Pai (Lc 2,46-50).
  • Na hora de ser batizado e de assumir a missão, ele reza (Lc 3,21).
  • Na hora de iniciar a missão, passa quarenta dias no deserto (Lc 4,1-2).
  • Na hora da tentação, ele enfrenta o diabo com textos da Escritura (Lc 4,3-12).
  • Na hora de escolher os doze apóstolos, passa a noite em oração (Lc 6,12).
  • Na hora de fazer levantamento da realidade e de falar da sua paixão, ele reza (Lc 9,18).
  • Diante da revelação do Evangelho aos pequenos: “Pai eu te agradeço!” (Lc 10,21).
  • Na cura do surdo-mudo, olhou para o céu e gemeu (Mc 7,34).
  • Na hora de ressuscitar Lázaro: “Pai eu sei que sempre me ouves!”(Jo 11,41-42).
  • Tem o costume de participar das celebrações nas sinagogas aos sábados (Lc 4,16).
  • Nas grandes festas, participa das peregrinações ao Templo de Jerusalém (Jo 5,1).
  • Reza antes das refeições (Lc 9,16; 24,30).
  • Procura a solidão do deserto para rezar (Mc 1,35; Lc 5,16; 9,18).
  • Rezando, desperta nos apóstolos vontade de rezar (Lc 11,1).
  • Rezou por Pedro para ele não desfalecer na fé (Lc 22,32).
  • A pedido das mães, dá a bênção às crianças (Mc 10,16).
  • Celebra a Ceia Pascal com seus discípulos (Lc 22,744).
  • Ao sair da Ceia para o Horto, reza salmos com os discípulos (Mt 26,30).
  • No Monte, é transfigurado enquanto reza (Lc 9,28).
  • Na hora da despedida, reza a oração sacerdotal (Jo 17,1-26).
  • No Horto das Oliveiras ele reza: “Triste é minha alma” (Mc 14,34; cf. Sl 42,56).
  • Na angústia da agonia, pede aos três amigos para rezar com ele (Mt 26,38).
  • Na hora de ser pregado na cruz, pede perdão pelos carrascos (Lc 23,34).
  • Na cruz, solta o lamento: “Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mc 15,34; Sl 22,2).
  • Na hora da morte: “Em tuas mãos, entrego meu espírito!” (Lc 23,46; Sl 31,6).
  • Jesus morre soltando o grito do pobre (Mc 15,37).
  • Jesus chegou a fazer um salmo que ele orava cotidianamente e o ensinou para nós. É o Pai Nosso (Mt 6,9-13; Lc 11,2-4).
  • Sua vida era uma oração permanente: “Eu, a cada momento, faço o que pai me mostra para fazer!” (Jo 5,19.30).
situs judi bola AgenCuan merupakan slot luar negeri yang sudah memiliki beberapa member aktif yang selalu bermain slot online 24 jam, hanya daftar slot gacor bisa dapatkan semua jenis taruhan online uang asli. idn poker slot pro thailand

Seu carrinho está vazio.

mersin eskort
×