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500 anos da Reforma manifesta o desejo de um futuro de diversidade reconciliada

Diferentemente do que ocorreu nos últimos quatro centenários da Reforma Protestante, em que “o protestantismo se afirmava contra a Igreja Católica, e esta denunciava as ‘heresias’ da Reforma”, neste ano, em que se caminha para os 500 anos da Reforma, “pela primeira vez, a comemoração ocorre num clima de empenho pela unidade e em espírito ecumênico”, diz Walter Altmann à IHU On-Line.

O culto ecumênico que será realizado hoje, 31 de outubro de 2016, pelo bispo luterano palestino Munib Younan, o  pastor chileno Martin Junge, e o papa Francisco, na “antiga catedral medieval católica que passou a ser catedral luterana no século XVI”, em Lund, na Suécia, “é um gesto de grande significado simbólico, que poderá ser muito reforçado ainda com as palavras que estará proferindo”, afirma o pastor luterano.

Na avaliação de Altmann, o “sentido” desse ato que marca a abertura das comemorações do quinto centenário da Reforma, pode ser entendido em duas perspectivas. “Há um sentimento de gratidão pelo legado teológico de Lutero, afirmando a preponderância da graça de Deus, o acolhimento desta através da fé e o compromisso em favor da prática do amor ao próximo, da justiça e da paz. Mas há também um sentido autocrítico para com as limitações, falhas e deturpações que ocorreram em Lutero e, sobretudo, na história das igrejas após o período da Reforma. O papa Francisco tem dado demonstrações de que encara a história, também a da Igreja Católica, da mesma forma. Portanto, a Reforma deve ser comemorada em espírito de gratidão pelo legado evangélico, penitência pelos pecados cometidos e reafirmação do compromisso evangélico”, afirma.

Apesar dessa comemoração histórica, Altmann frisa que “provavelmente não haverá uma unanimidade” entre católicos e luteranos acerca do significado deste dia, mas mesmo assim “pode-se dizer já agora que prevalece entre as igrejas luteranas do mundo o sentimento de alegria com o fato de que as relações entre luteranismo e catolicismo tenham progredido tanto a ponto de essa comemoração conjunta se tornar possível”. E destaca: “Qualquer divisão da cristandade é lamentável e contrária à vontade expressa de Jesus Cristo (João 17:21). Aliás, teologicamente, confessamos todos haver apenas uma igreja una, santa, católica (universal) e apostólica, ainda que, por múltiplos fatores teológicos e ‘não-teológicos’, esteja institucionalmente dividida”.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail para a IHU On-Line, Walter Altmann comenta as principais contribuições da Reforma para a modernidade, as aproximações entre o catolicismo e o luteranismo nos últimos 50 anos e frisa que “em vez de uma uniformidade” entre católicos e luteranos, “devemos vislumbrar um futuro de uma diversidade reconciliada, reformada sempre de novo no que for preciso. A Reforma afirmou e o papa Francisco também tem afirmado que a Igreja necessita estar em permanente reforma”.

Walter Altmann é pastor luterano, graduado em Teologia pela Escola Superior de Teologia e doutor em Teologia Sistemática pela Universidade de Hamburgo. Atualmente é professor titular da Faculdades EST. Entre 1995 e 2001 exerceu o cargo de presidente do Conselho Latino Americano de Igrejas – CLAI, com sede em Quito. De 2003 a 2007 foi membro do Conselho da Federação Luterana Mundial – FLM, com sede em Genebra, na Suíça e, de 2002 a 2010, foi presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. Entre suas obras, destaca-se Lutero e Libertação – Uma leitura de Lutero em perspectiva latino-americana.

Fonte: Texto de Patricia Fachin, 31/07/2016.

 

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