por Maria de Fátima Castelan*
Preparando o ambiente: Colocar no espaço de reflexão símbolos de diferentes matrizes religiosas, um jarro (ou vasilha) com água perfumada e tecidos coloridos.
Acolhida
Dar boas-vindas a todos e todas. Verificar se no grupo há pessoas de diferentes denominações religiosas. De forma livre, convidar para que cada um possa tocar na água perfumada e se apresentar. Em seguida, convidar o grupo a dar um abraço fraterno como gesto de acolhimento.
Canto: escolher um canto de acordo com a realidade do grupo.
Saudação Inicial
Animador/a: Divina Sabedoria, envia teu sopro de vida e unidade sobre nós e nos abra para viver a beleza da diversidade.
TODOS/AS: De mãos dadas, a caminho, porque juntos somos mais. / Pra cantar o novo hino de unidade, amor e paz .
Animador/a: Divina Sabedoria, aquece nossos corações com tua chama de vida para o acolhimento e a busca do diálogo.
TODOS/AS: De mãos dadas, a caminho, porque juntos somos mais. / Pra cantar o novo hino de unidade, amor e paz.
Animador/a: Divina Sabedoria, fortalece nossos passos para a caminhada solidária e comprometida com a defesa dos direitos e da dignidade de todas as pessoas.
TODOS/AS: De mãos dadas, a caminho, porque juntos somos mais. / Pra cantar o novo hino de unidade, amor e paz.
PARTILHANDO A PALAVRA DA VIDA
Leitor/a 01 – Estamos vivendo um tempo de fundamentalismos e de intolerâncias. A violência cresce a cada dia, especialmente contra as minorias e os mais vulneráveis: pessoas negras, jovens, homossexuais, praticantes de religiões afro-brasileiras, mulheres e indígenas. Observa-se ainda um alinhamento dos fundamentalismos com a questão político-partidária, com decisões que afetam profundamente o desenvolvimento de práticas capazes de potencializar a vivência do diálogo e da fraternidade.
Animador/a: A onda crescente de intolerância, em suas variadas formas, precisa ser refletida e enfrentada. Precisamos reconhecer a importância da diversidade, promovendo o diálogo como um caminho permanente de reconciliação e paz. Vamos ouvir uma música que nos ajudará nessa reflexão.
Cantar a música Diversidade, do Lenine.
Se não for possível cantar, fazer a leitura do poema.Foi pra diferenciar
Que Deus criou a diferença
Que irá nos aproximar
Intuir o que ele pensaSe cada ser é só um
E cada um com sua crença
Tudo é raro, nada é comum
Diversidade é a sentençaQue seria do adeus
Sem o retorno
Que seria do nu
Sem o adorno
Que seria do sim
Sem o talvez e o não
Que seria de mim
Sem a compreensãoQue a vida é repleta
E o olhar do poeta
Percebe na sua presença
O toque de Deus
A vela no breu
A chama da diferençaA humanidade caminha
Atropelando os sinais
A história vai repetindo
Os erros que o homem traz
O mundo segue girando
Carente de amor e paz
Se cada cabeça é um mundo
Cada um é muito maisQue seria do caos
Sem a paz
Que seria da dor
Sem o que lhe apraz
Que seria do não
Sem o talvez e o sim
Que seria de mim…
O que seria de nósQue a vida é repleta
E o olhar do poeta
Percebe na sua presença
O toque de Deus
A vela no breu
A chama da diferença
Vamos conversar a partir da mensagem desta música:
- Qual parte que mais chamou a atenção?
- Que situações da vida vem à nossa memória quando ouvimos essa música?
Partilhando a Palavra da Bíblia
Canto: Fazei ressoar a Palavra de Deus
Texto Bíblico: Jo 4,1-8
O texto bíblico pode ser lido bem devagar, facilitando a compreensão das pessoas. Caso haja necessidade, pode ser repetida a leitura. Em seguida, dar um tempo de silêncio para uma meditação pessoal.
Vamos refletir a partir do texto que acabamos de ouvir:
- Destacar com o grupo: os lugares, as pessoas e as falas (conversas) que aparecem no texto bíblico.
- Conversar sobre o encontro da Mulher Samaritana e Jesus. O que podemos aprender desse encontro para a superação dos fundamentalismos e das intolerâncias?
- Que passos, nós e nossos grupos, precisamos dar para irmos ao encontro das experiências diferentes, visando acabar com os nossos preconceitos?
Celebrando a Vida
Animador/a: Uma das formas de intolerâncias muito presente em nosso meio é a intolerância religiosa. Muitas vezes ela está escondida, disfarçada. Para nós, o diferente e o desconhecido são quase sempre motivo de desconforto e desconfiança. Criamos, assim, uma barreira ao acolhimento e interesse pelo novo. Por esse motivo, façamos nossas preces rezando pela unidade, pela superação dos fundamentalismos e das intolerâncias e pedindo a paz.
Fazer preces espontâneas… Após cada prece cantar:
Todos/as:
EU QUERO VER, EU QUERO VER, ACONTECER.
O SONHO BOM, SONHO DE MUITOS, ACONTECER.
Pai Nosso Ecumênico
Animador/a: Ao dizermos “Pai Nosso”, precisamos estar dispostos/as a reconhecer que somos irmãos e irmãs, unidos na luta pela dignidade de cada pessoa, independente da condição social, raça, cor, religião, sexo, etc.
(Se possível, convidar o grupo a dar as mãos para orar o Pai Nosso Ecumênico.)
Pai nosso que estás nos céus.
Santificado seja o teu nome,
venha o Teu reino.
Seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dá hoje,
perdoa-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal,
pois teu é o Reino,
o poder e a glória para sempre. Amém.
Bênção Final
Animador/a: A Divindade de todos os povos e nações nos abençoe e nos guarde!
TODOS/AS: AMÉM!Animador/a: A Divindade que em Jesus Cristo venceu as discórdias e inimizades nos dê a paz!
TODOS/AS: AMÉM!Animador/a: A Divindade da vida nos fortaleça com sua luz nesse caminho de unidade!
TODOS/AS: AMÉM!
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Este roteiro bíblico foi publicado originalmente na revista Por Trás da Palavra, número 226. Maria de Fátima Castelan é diretora adjunta do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, assessora de grupos populares, professora aposentada com mais de 30 anos de atuação em escola pública e autora de livros pelo CEBI.
Ilustração de capa: disponível aqui