Reflexão do Evangelho

O Bom Pastor – João 10, 11-18

O bom pastor vive com suas ovelhas, aprecia o cheiro delas, se sacrifica por elas. Esta significativa metáfora nos é apresentada no Evangelho de João 10, 11-18. Jesus aponta, assim, a postura a ser evidenciada por Ele, como exemplo a ser seguido pelos pastores.

A história nos presenteou com o testemunho de pastores e pastoras, que se sacrificaram pelos seus rebanhos. Aqui, no Brasil, lembramos o martírio do Padre Josimo Tavares e da Irmã Dorothy Stang, que ofereceram suas vidas aos mais necessitados que vivem nas periferias territoriais e espirituais de nosso país. Podemos lembrar, também, Martin Luther King que trabalhou, com afinco, para alcançar o reconhecimento dos direitos civis da população afro-americana, um século após o fim da escravatura nos Estados Unidos. Francisco de Assis foi um pastor inclusivo e abrangente. Ele cuidou de todas as criaturas do Planeta Terra: pessoas, animais, plantas. Na emergência climática, em que está mergulhada a humanidade, o “Poverello” (termo italiano usado para indicar São Francisco de Assis) é um farol de esperança que indica a rota na tempestade.

Refletindo no trecho do Evangelho de João, versículos 11-13, lemos que Jesus compara o bom pastor com o mercenário “que não é pastor”. Este último, portanto, finge de ser pastor para controlar, dominar e explorar o rebanho. Está interessado somente em lucrar, enganando suas ovelhas com falsas promessas de prosperidade. Ilude as pessoas, convencendo-as que a vida delas depende somente dele e fora dele não há salvação. Mas quando chega o “lobo”, isto é, as dificuldades e os problemas sérios a serem enfrentados, covardemente foge. As ovelhas ficam desnorteadas, sem saber o que fazer, porque são totalmente dependentes do mercenário. Este não permitiu que seus súditos se tornassem cidadãos e cidadãs, capazes de participar ativamente ao melhoramento da comunidade.

Nos versículos 14-15 Jesus destaca sua profunda ligação com o Pai, visando a construção do Reino de Deus. Este não é uma utopia, imaginada em lugar nenhum. O Reino de Deus é uma profecia, ainda frágil e insegura, que já iniciou a ser realizada, mas que precisa de orientação, acompanhamento, formação, participação, organização e articulação para se enraizar nos territórios.

No versículo 16 Jesus amplia o horizonte além do espaço e do tempo. A sua mensagem é universal. No século passado, João XXIII e Paulo VI seguem o apelo de Jesus falando aos homens e mulheres de boa vontade. Os dois Santos Papas promovem então o Concílio Vaticano II, inaugurando uma temporada de diálogo com toda a humanidade. Neste século, Papa Francisco retoma o processo de transformação permanente rumo à Civilização do Amor edificada por todas as criaturas do Planeta Terra.

O amor entre Jesus e o Pai caracteriza os versículos 17-18. O Espírito possibilita a doação e o recebimento da vida plena. Aqui temos uma implícita referência ao mistério da Ressureição, que fundamenta nossa fé todos os dias…

Alberto Chirone
Adriana Chirone
CEBI-RR

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