Leia a reflexão sobre Mateus 16,13-20, texto de Ildo Bohn Gass.
Boa leitura!
O fato de se retirar para um lugar dos gentios torna mais significativa a escolha de Jesus para ali fazer um retiro avaliativo de sua prática. A mulher cananeia abrira um horizonte ecumênico para Jesus (15,21-28). Na segunda partilha dos pães, Jesus propõe fartura para todos os povos (15,32-39). Agora, Jesus inicia ali, em meio às nações, o seu caminho para Jerusalém (cf. 16,21; 20,17; 21,10).
Diferentemente das expectativas judaicas, Jesus não veio como um Messias todo poderoso que libertaria Israel da opressão através da força. Por isso, o povo não vê em Jesus mais do que um profeta. Pedro, porém, reconhece em Jesus “o Ungido, o filho de Deus vivo”. Ele é a presença do agir de Deus entre nós, é Deus conosco (cf. 1,23; 3,17; 14,33; 17,5; 18,20; 25,40.45; 28,20). É o Messias da justiça esperado pelos profetas (cf. Is 11,1-9).
A revelação do Pai em Pedro é de que Jesus (o Messias, o Filho de Deus vivo) é a pedra fundamental da Igreja de Cristo (18,17). Em 7,24-25, as palavras de Jesus são o alicerce para a casa. E em 21,42, Jesus é a pedra fundamental do Reino. E os poderes do mal podem até destruir e matar, mas não conseguirão eliminar a esperança de libertação que o Messias veio trazer. Podem matar uma, duas ou três rosas, mas não poderão impedir a primavera.
Pedro recebe autoridade (chaves) para abrir as portas do Reino a pessoas empobrecidas, impuras, pecadoras e estrangeiras (Em 18,18, Jesus confere essa autoridade a toda comunidade). Enquanto isso, na avaliação de Mateus, escribas e fariseus fecham as portas do Reino (cf. 23,13).