E vós, quem dizeis que eu sou?

Domingo XII do Tempo Comum
Lucas 9, 18 – 27
Pe. Valdir Campelo Cabral, CEBI-PB

Lucas nos apresenta como cenário, para este encontro com Jesus, um lugar retirado, lá Ele rezava com seus discípulos. Diferente dos outros sinóticos que colocam esta cena em Cesareia de Filipe. Lucas nos convida a, com eles, entrar num ambiente de recolhimento e oração, talvez para melhor compreender a provocação de Jesus e a profundidade e riqueza da resposta que os discípulos de ontem, de hoje e de sempre, devem dar.

Para sermos dignos da nossa vocação de discípulos e para nos mantermos fieis no caminho que é Jesus devemos sempre atualizar este encontro com o Mestre.

Nesta cena somos provocados pelo próprio Jesus. Entretanto, a grande maioria de ‘cristãos’ não entendemos à questão que nos foi colocada com clareza. E facilmente respondemos com frases prontas que aprendemos quando crianças, ou ouvimos de nossos pais em pregações na Igreja e ultimamente nas redes sociais. Mas, como se diz aqui no Nordeste, são frases ‘da boca prá fora’, ou seja: não nascem da nossa experiência de Deus, do nosso encontro com Ele. São respostas do ‘ouvi dizer’.  Jesus quer respostas verdadeiras, não apenas clichês. (“Eu te conhecia só de ouvir. Agora, porém, os meus olhos te veem” Jó 42,5).

Então, poderíamos atualizar esta indagação de Jesus e procurar respondê-la com sinceridade de coração. A pergunta poderia ser assim: ‘Quem eu sou para você?’ ou: ‘O que você conhece da minha vida e do meu programa?’ ou: ‘Como você compreende a minha missão?’ ou ainda: ‘Qual a experiência que você tem de mim?

Não há necessidade de respostas rápidas, ao contrário, pare, pense, leia, ore e busque dentro de si mesmo. A resposta você pode formular em palavras, em canções, em artes… Mas a melhor maneira de respondê-la é na prática, no seguimento dos passos de Jesus.

O Papa Francisco nos ensinou que outra maneira para conhecer, amar e seguir Jesus é a alegre leitura do Evangelho.  Conheci uma senhora de idade já avançada, mulher humilde do povo, Dona Guia, ela me ensinou uma coisa linda, que ainda tenho o hábito de fazer, é simples e ao mesmo tempo profundo. Ao ler o evangelho de cada dia ela grifa o que Jesus fez e disse, e procura guardar no coração. Um outro amigo, agricultor iletrado, nas missas sempre contribuía com sua experiência de Deus e seu conhecimento dos Evangelhos. Um dia perguntei a Seu Pedro de Melo, como ele sabia tanto e ele me explicou que todos os dias escutava no rádio, o programa ‘Bom dia irmãos’, onde o bispo Dom Luís Gonzaga Fernandes lia o Evangelho e partilhava uma breve meditação.

Ele ao ir para a roça com seus filhos e netos contava o que escutara e o evangelho ficava em seu coração. Pessoas como essas, e tantas outras que tive a graça de conhecer em meu ministério, nos ensinam a responder a indagação de Jesus. Elas aprenderam a reconhecê-lo na Leitura, na Escuta da Palavra. E sobretudo, na prática da vida e no serviço do anúncio da Boa Nova de Jesus, nas suas Comunidades Eclesiais de Base.

Quem Conhece, Ama e segue Jesus no caminho se enchem de indignação de toda injustiça e sofrimento dos pequeninos, os preferidos de Deus. São fortalecidos pela força do Espírito de Jesus que dá coragem. Sentem o coração arder pelo amor do Senhor e assim, carregam com Esperança a sua cruz.

O “Beato António Chevrier, dizia: ‘Conhecer Jesus Cristo é Tudo’.

São Paulo em Carta aos Filipenses 3,8. 10, nos diz: 8 “Considero tudo uma perda, diante do bem superior que é o conhecimento do meu Senhor Jesus Cristo. Por causa dele perdi tudo, e considero tudo como lixo, a fim de ganhar Cristo, […] 10 Quero, assim, conhecer a Cristo, o poder da sua ressurreição e a comunhão em seus sofrimentos, para tornar-me semelhante a ele em sua morte”.  Bom Proveito.

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