No dia 25 de maio, celebramos o Dia do Continente Africano. A África, este imenso continente, abriga 680 milhões de habitantes espalhados por 55 países. Com uma extensão territorial de 30 milhões de quilômetros quadrados, é o segundo continente mais populoso do mundo e, sem dúvida, um continente de esperança.
Nesta data especial, reafirmamos nossa proximidade com os povos africanos, lutando pela democracia, pelos direitos humanos e pelo desenvolvimento centrado na população. Nós, brasileiros, temos uma dívida social enorme com este continente. Pessoalmente, já estive em seis países africanos, mas hoje falo diretamente de Moçambique, mais precisamente da província de Cabo Delgado.
Há seis anos, Cabo Delgado enfrenta uma guerra cruel, com constantes ataques terroristas. Essa realidade é tão devastadora que levou o Papa Francisco a convocar uma reunião sobre os conflitos na África, focando na exploração dos recursos naturais e minerais. Este encontro, realizado de 8 a 10 de março, reuniu 40 participantes entre bispos, padres, leigos e leigas.
Por ocasião do Dia Mundial da África, o Papa Francisco, em sua visita à República Democrática do Congo, afirmou: “Tirem as mãos da África, parem de sufocar a África. O continente não é uma mina a despojar, nem um terreno a pilhar. Que a África seja protagonista do seu próprio destino.”
Em Cabo Delgado, mesmo em meio à guerra, destaca-se a alegria e a beleza do povo, com sorrisos e olhos que falam por si. É um povo acolhedor, que se comunica através de pequenos gestos. No entanto, os ataques terroristas, iniciados em 5 de outubro de 2017, têm gerado aumento da pobreza, tragédias humanas e a luta de refugiados e deslocados por melhores condições de vida.
Em momentos de solidariedade e partilha, recordo a presença do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos), que esteve diversas vezes em Cabo Delgado, realizando encontros com animadoras de comunidade e com mulheres. Esses encontros trouxeram esperança e ânimo a todas as participantes, mesmo com a paróquia onde estávamos tendo sido destruída pela guerra.
A humanidade é a vivência de raízes entrelaçadas. Somos um povo, um pouco de cada continente, e a herança africana corre em nossas veias. Que essa herança assegure sempre a alegria e a garra de lutar pela vida.
Neste 25 de maio, celebramos o Dia do Continente Africano. Viva a África!
Pe. Edegard Silva Júnior – Missionário Saletino em Moçambique