Fazendo ecoar o dia Internacional das Vítimas de Tortura, partilhamos este artigo da professora biblista Mônica Souza sobre a Apocalíptica em Chico Buarque.
Nossa opção em dedicarmos maior atenção à produção musical de Chico Buarque deve-se ao fato de que, em tempos de repressão, ele soube fazer uso de uma linguagem simbólica e em forma de códigos, ao estilo apocalíptico, com muita propriedade.
O que marca a produção musical de Chico Buarque nos primeiros anos da década de 60 é um tipo de resistência a que Adélia Bezerra de Meneses denomina “lirismo nostálgico” e que, segundo ela, está presente nas músicas: A Banda, O Realejo, Sonho de Carnaval, Noite dos Mascarados, Olé Olá etc. O elemento comum nessas músicas é a recusa da realidade presente e a busca de um outro espaço/tempo em que a realidade seja diferente da que se apresenta.
Várias canções dessa fase revelam um retorno nostálgico, uma busca do primitivo, do ingênuo, do não contaminado pelo consumismo e pela massificação. Num certo nível, isso pode significar uma recusa do mundo industrializado: é também uma forma de poesia de resistência. [1]
Para verificarmos esses elementos, que para nós são também apocalípticos, presentes nas canções dessa fase da produção de Chico Buarque, escolhemos A Banda, primeiro grande sucesso de Chico.
Composta em 1966, num momento de crise criado pelo regime militar que se impõe pela força da repressão, tirando a liberdade e a alegria das pessoas, A Banda apresenta uma visão de um mundo diferente, propõe outra realidade. A passagem da “banda” projeta para um momento arquetípico e sugere volta a um tempo de ingenuidade, alegria e comunhão entre os seres humanos e a natureza, momento no qual as pessoas podem cantar as coisas da vida, coisas de amor. Enquanto a banda passa cantando coisas de amor, a realidade presente de tristeza é transfigurada, as mais diferentes pessoas têm seu estado de vida transformado: o homem sério, o faroleiro, a namorada, a moça triste, a moça triste, a meninada, o velho fraco, a moça feia… E toda a “minha gente sofrida”, com a passagem da banda,
Despediu-se da dor,
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor.
Nesse outro espaço/tempo apresentado, há comunhão entre as pessoas que saem de seu mundo fechado e isolado para participar da “festa” provocada pela passagem da Banda. Nessa comunhão, não somente a dor humana é superada, como também a natureza se transforma:
A rosa triste que vivia fechada se abriu
[…]
A lua cheia que vivia escondida surgiu.
A canção é resistência ao modelo de sociedade imposto, sociedade industrializada, provocada pela expansão do capitalismo selvagem que se introduz no Brasil. É resistência ao prenúncio da chamada “revolução verde” que se implantará nos anos 70, sem levar em conta o respeito à natureza e as reais necessidades do povo.
Num tempo em que a violência da repressão tenta abafar toda manifestação popular, e a censura tenta calar o canto e a alegria das pessoas, é audacioso sonhar, propor um tempo/espaço de festa e comunhão. Eis aí um forte elemento da mentalidade apocalíptica: anúncio de que é possível transformar a realidade presente, é possível superar o sofrimento e a opressão a partir do momento em que as pessoas superem o isolamento e o individualismo. Entretanto, tal como na apocalíptica dos tempos bíblicos, sabe-se que a realidade é cruel e difícil de ser superada. A título de comparação, o autor do livro do Apocalipse, mesmo depois de contemplar o céu em todo o seu esplendor, prenúncio da vitória do bem, ainda chora desolado (Ap 5,4). Da mesma forma, depois da experiência da festa proporcionada pela passagem da banda, a canção de Chico Buarque chama para a realidade, para o desencanto. É o triste dia-a-dia dos tempos da repressão:
Mas para meu desencanto,
O que era doce acabou,
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou.
E cada qual no seu canto,
Em cada canto uma dor,
Depois da banda passar,
Cantando coisas de amor.
Seria, entretanto, a submissão pacífica, a aceitação da impossibilidade da mudança? O situar-se à margem da vida e ver a banda passar? Ou seria mais uma denúncia, uma indignação inclusive diante do fato de que o povo não foi às ruas contra os militares? Aliás, parece ter sido essa a própria experiência de Chico Buarque, de alguma forma decepcionado com a inércia popular nos primeiros anos após o golpe:
Estava certo de que as pessoas iam reagir. Eu estava preparado,tinha uma garagem cheia de garrafas de coquetel molotov, fiquei esperando, mas não houve resistência. Não aconteceu nada. O único que resistiu foi Brizola, no Sul. Aí me deu uma desilusão. De certa forma, me despolitizei depois do golpe. Toda a atividade estudantil ficou desmobilizada. Não fui chamado para a luta armada, quem sabe naquele momento teria ido. [2]
A continuidade da produção de Chico Buarque mostrará que sua atitude profética, em tom apocalíptico, seguirá adiante. A recusa da realidade imposta pela ditadura e a proposta de um tempo de liberdade, sem censura, serão a marca de muitas canções compostas na década de 70 e utilizadas como canções de protesto. Nessas canções, são mais evidentes os elementos de denúncia da realidade e de incentivo à resistência, feitos por meio de linguagem simbólica, camuflada. Neste período, já se vive sob as regras do AI-5, a repressão e a censura tornam-se mais duras.
Haverá uma funda diferença entre o caráter nostálgico das canções iniciais de Chico, e aquelas em que se verifica a tensão para um futuro aberto – que, nas ‘canções de protesto’ assumirá a forma de uma ameaça. No entanto, algumas delas mergulharão tão fundo e tão crispadamente na crítica do presente que lhes faltará a perspectiva de qualquer futuro: é o caso de Deus lhe pague, de Cálice e de Angélica; outras aliarão recusa do atual e proposta de um futuro libertador e vingativo (imbricando crítica e utopia): Apesar de Você, Quando o Carnaval Chegar, Cordão.
A proposta dessas canções será a de mudança do presente – só que aqui se tratará de uma alteração quase que apocalíptica de caráter irreversível.[3]
Em Cordão, composta em 1971, a resistência é expressa “num não continuado” [4], na recusa do que é imposto:
Ninguém, ninguém vai me segurar.
Ninguém há de me fechar
As portas do coração
Ninguém, ninguém vai me sujeitar
A trancar no peito a minha paixão
Eu não, eu não vou desesperar
Eu não vou renunciar, fugir.
Ninguém, ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir
Ninguém, ninguém vai me ver sofrer
Ninguém vai me surpreender
Na noite da solidão
Além da recusa da realidade atual, há a esperança de uma nova realidade que será inaugurada, que acontecerá depois que os oprimidos, os que não têm “nada a perder” se juntarem e formarem um “imenso cordão”.
Pois quem tiver nada pra perder,
Vai formar comigo o imenso cordão.
A mudança não se dá sem uma ação. Há primeiro a resistência, a não aceitação da realidade do silêncio imposto. E a nova realidade, o futuro libertador, virá como um “vendaval”, uma explosão de alegria, um verdadeiro carnaval. Muito próprio da linguagem apocalíptica, o uso dos elementos cósmicos, incluindo os vendavais, é sempre o anúncio de um novo tempo (Mt 24,29-31; At 2,1-11) É, ao mesmo tempo, convite ao abandono da passividade por parte de quem sofre a opressão. “E o carnaval, que advirá no final da canção, uma explosão cósmica (vendaval) não é algo que se espera acontecer passivamente, sem nada a se fazer; muito pelo contrário, esse carnaval se produzirá depois que os oprimidos se reunirem”. [5]
E então, quero ver o vendaval,
Quero ver o carnaval sair.
Na canção, há a denúncia das práticas da ditadura que quer sujeitar as pessoas, acorrentá-las (prisões e torturas), levá-las ao desespero e à fuga. Há também uma nova realidade, possível a partir da organização e da resistência.
Vale lembra que no início da ditadura eram poucas as pessoas que seguiam o cordão da resistência, Também nas primeiras comunidades cristãs eram poucas pessoas, pequenos grupos que resistiam à opressão imposta pelo império romano, no entanto, sonhavam em ser “uma grande multidão, que ninguém podia contar” (Ap7, 9).
Também a linha evolutiva da música em muito lembra o livro do Apocalipse que vai crescendo até chegar ao anúncio da grande festa antecipada da vitória da justiça, o “banquete das núpcias do cordeiro” (Ap 19,9).
Em 1970, quando Chico Buarque retorna do exílio vivenciado na Itália, o Brasil experimenta um dos piores momentos em termos de repressão e opressão: o AI-5 em pleno vigor, no governo de Emílio Garrastazu Médici. A tortura e a censura prévia institucionalizadas. Nas ruas, entretanto, o povo é conduzido sob a política do “pão e circo”, favorecida pela exagerada propaganda do tri-campeonato da seleção brasileira na Copa do Mundo de Futebol e pelo festejado “Milagre Brasileiro”. Nos carros em circulação, expressão do capitalismo moderno e do desenvolvimento da indústria automobilística, adesivos reproduziam o apelativo refrão “Brasil: Ame-o ou deixe-o”. É o próprio Chico que nos conta sobre seu retorno:
Eu vim realmente começar a entender o que estava acontecendo quando cheguei de volta, em 1970. Era uma barra muito pesada, vésperas de Copa do Mundo. Foi um susto chegar aqui e encontrar uma realidade que eu não imaginava. Em um ano e meio de distância dava para notar. Aqueles carros entulhados com os ‘Brasil, ame-o ou deixa-o’, ou ainda, ‘ame-o ou morra’ nos vidros de trás. Mas não tinha outra. Eu sabia que era um novo quadro, independente de choque ou não. ‘Muito bem, é aqui que eu vou viver’. Que realmente eu já estava aqui de volta. Então fiz o Apesar de Você. [6]
Apesar de você, segundo Chico, era a expressão de tudo o que se vivia no momento: “[…] E Apesar de você também era tudo, todo o contexto da época.” [7] A canção passou pela censura e somente depois que o compacto chegava a quase cem mil cópias vendidas, censores se deram conta de seu conteúdo. A gravadora foi invadida e as cópias destruídas. A música, entretanto, já havia se consagrado como mais um hino contra a ditadura militar e serviu para animar a resistência.
O poema começa com a denúncia do sistema opressor, da realidade de repressão vivenciada:
Hoje você é quem manda,
Falou, ta falado,
Não tem discussão.
E da situação de sofrimento do povo:
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu.
Denuncia a escuridão e todo o caos provocado pelo sistema:
Você que inventou esse estado,
E inventou de inventar
Toda a escuridão.
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão.
Por outro lado, há a esperança de uma mudança radical e definitiva dessa situação de caos. É o anúncio de um novo amanhã, da instauração de uma nova ordem, que se dará “quando o galo cantar, o dia raiar, a manhã florescer e esbanjar poesia,” para indignação e ira do opressor, agora incapaz de impedir que a vida renasça “impunemente”. A linguagem, mais uma vez, é apocalíptica: “como vai se explicar” “aquele que inventou a escuridão”, “vendo o céu clarear” e o “nosso coro a cantar na sua frente”? Como nos grandes julgamentos apocalípticos (por exemplo, Ap 17-19), o opressor é derrubado do seu trono e conduzido ao “banco dos réus”, o “inventor do pecado” “vai pagar dobrado” por “cada lágrima rolada”, por não ter inventado o perdão. E o criador das trevas não tem agora “onde se esconder da enorme euforia”.
O povo, por sua vez, tem cada lágrima enxugada (Is 25,8; Ap 21,4) e pode celebrar pelas ruas, em explosão de alegria (Ap 19,1). Pode se conduzir a fontes de água viva (Ap 7,17) e contemplar a nova criação, vendo “a água nova brotar” e “o jardim florescer”, assim como lemos em Ap 21,1; 22,1-2.
O clima no governo Médice é de extrema insegurança e medo, haja vista o incentivo à delação popular, a exacerbada violência policial com torturas e sumiços de pessoas contrárias ao regime.
Chico, depois de ter várias de suas músicas censuradas, para driblar a censura cria, em 1974, os pseudônimos Julinho da Adelaide e Leonel Paiva que “compõem” Acorda, Amor. Com o uso os pseudônimos e de uma linguagem bastante codificada a música passa pelos censores.
Acorda, amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
minha nossa santa criatura
chame, chame, chame, chame o ladrão
Acorda, amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão da escada
fazendo confusão, que aflição
São os homens, e eu aqui parado de pijama
eu não gosto de passar vexame
chame, chame, chame, chame o ladrão
Se eu demorar uns meses convém às vezes você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
ponha roupa de domingo e pode me esquecer
Acorda, amor
que o bicho é bravo e não sossega
se você corre o bicho pega
se fica não sei não
Atenção, não demora
dia desses chega sua hora
não discuta à toa, não reclame
chame, clame, clame, chame o ladrão
A composição mostra bem o clima de pavor vivido na época: o cidadão tem tanto medo da polícia que prefere o ladrão. Adélia Meneses nos explica:
A ditadura (Era a dura / numa muita escura viatura), as prisões de madrugada (Não é mais pesadelo nada / Tem gente já no vão da escada / […] / são os homens), o sumiço inexplicado (Mas depois de um ano eu não vindo / ponha a roupa de domingo / E pode me esquecer), os impasses (Se você corre, o bicho pega / Se fica não sei não), a insegurança (Dia desses chega a sua hora). E a saída para escapar do crime político é apelar para o crime comum: Chame o ladrão.[8]
Entre tantas outras canções de Chico, é importante também fazermos menção a Cálice, música que compôs em parceria com Gilberto Gil. Chama a atenção o fato de que o poema se abre fazendo uso de um texto bíblico (Lc 22,42), uma frase que, de acordo com a tradição lucana, teria sido dita por Jesus momentos antes de ser conduzido às sessões de tortura e posterior execução. Era a experiência vivida por tanta gente no Brasil. O eco da mesma palavra com significados distintos (o “cálice” de vinho tinto de sangue e o “cale-se” imposto pela ditadura) denuncia o desespero de tantas pessoas que, de tanto ter seu grito abafado, seja pela censura, seja nos porões da tortura, prefere “morrer de seu próprio veneno”. Entre tantos nomes, lembramos Frei Tito, que, depois de ter sido brutalmente torturado, não resistiu ao pesadelo de “ver emergir o monstro da lagoa” (a imagem evoca Ap 13) e em 7 de agosto de 1974, enforcou-se se pendurando em uma árvore, em seu exílio na França. Num livro que havia sido emprestado a Tito foi encontrado um texto: “melhor morrer do que perder a vida”.
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça
Como afirma Adélia Menezes,
[…] trata-se do silencio imposto, da Censura do governo Médici (o poema é de 1973) que silencia a voz do poeta. Mas não apenas ela: o arbítrio da repressão silencia – no limite, com o silêncio definitivo da morte – todos aqueles que ousassem falar. [9]
Para terminar, escolhemos uma canção que retrata uma mulher que não entre dores de parto (Ap 12,1-2), mas entre dores de luto, as dores da perda de seu filho, teve a ousadia e a coragem de enfrentar o grande dragão da ditadura militar.
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar.
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar.
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar.
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino.
Que ele já não pode mais cantar.
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar.
Essa mulher é Zuleica Angel, que passou os últimos anos de sua vida denunciando e buscando justiça. O próprio Chico que declara: “É uma mulher que nunca vi igual, ferida de morte e rindo”. [10] Zuzu Algel foi morta, como várias pessoas das primeiras comunidades cristãs. Entretanto, com sua vida ajudou a expulsar a besta da Ditadura. O monstro da lagoa, mesmo ferido de morte deixou marcas tristes e profundas (Ap 13, 3.16), mas já não causa medo. “Felizes os mortos, os que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, que descansem de suas fadigas, pois suas obras os acompanham” (Ap 14,13).
REFERÊNCIAS
[1] MENESES, 2002, p.46.
[2] ZAPPA, Regina. Chico Buarque. Tradução de: José Luis Sánchez. Barcelona: Gedisa Editorial, 2001, p.105.
[3]MENESES, 2002, p. 67.
[4] MENESES, 2002, p. 68.
[5]MENESES, 2002, p. 67.
[6] MENESES, 2002, p.35. Apud. Entrevista O Globo, 15/07/79.
[7] ZAPPA, 2001, p. 149.
[8] MENESES, 2002, pp. 71-72.
[9] MENESES, 2002, p.92
[10]ZAPPA, 2001, p.154.
MENESES, Adélia Bezerra de. Desenho Mágico: poesia e política em Chico Buarque. 3. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.
ZAPPA, Regina. Chico Buarque: para todos. 3. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999.