Gênero

O que é a Teologia Feminista?

imagem de capa: mulher negra em oração

O CEBI atua de forma significativa na temática da Teologia Feminista no Brasil, trazendo e publicando autoras que ampliam as reflexões sobre os textos sagrados. Mas afinal, o que é a Teologia Feminista, e como ela pode ser transformadora na leitura da vida?

Confira a seguir o artigo de Angelica Tostes, onde ela nos apresenta a série “Panorama da Teologia Feminista Brasileira”, o conceito e as principais autoras e pesquisadoras do tema no país.

 

Teologia Feminista [por Angelica Tostes]

Como diria Ivone Gebara “a teologia feminista é parte de uma revolução cultural que ainda está em seus primeiros passos”.  A série “Panorama da Teologia Feminista Brasileira” tem como objetivo dar visibilidade e voz para as mulheres que tem ousado dar esse passo e fazer parte dessa revolução cultural.

Esse panorama pretende apresentar uma breve introdução das teólogas feministas brasileiras e algumas de suas obras. Mulheres que tem se colocado na linha de frente contra uma teologia machista e patriarcal, abrindo caminhos e “rompendo o silêncio”, como diria Ivone Gebara.

 

Ivone Gebara

Seu sobrenome ecoa a revolução na América Latina. Ivone Gebara é brasileira, freira e feminista. Pertence à Congregação das Irmãs de Nossa Senhora – Cônegas de Santo Agostinho – e por décadas viveu no Nordeste do Brasil, numa vida de “inclusão” no meio popular. De dentro da Igreja procura mudá-la. Dedica-se, fundamentalmente a partir de uma teologia feminista, desconstruir o direito natural, patriarcal e machista que a hierarquia católica pretende impor. Devido as suas posições, especialmente em favor da despenalização e legalização do aborto, recebeu severos castigos impostos pelo Vaticano.

Porém, Ivone não se cala.

Ela nasceu em 1944. É doutora em Filosofia pela Universidade Católica de São Paulo e em Ciências Religiosas pela Universidade Católica de Lovaina (Bélgica). Durante 17 anos, lecionou no Instituto de Teologia de Recife, até a sua dissolução ordenada pelo Vaticano, em 1999, como uma forma de silenciá-la. Desde então, dedica o seu tempo, principalmente, para escrever, dar cursos e conferências sobre a hermenêutica feminista, novas referências antropológicas e a ética e os fundamentos filosóficos e teológicos do discurso religioso.

É autora de mais de 30 livros e de dezenas de artigos e ensaios, entre eles:

  • “Trindade: palavra sobre coisas velhas e novas. Uma perspectiva ecofeminista” (1994),
  • “Teologia ecofeminista: ensaio para repensar o conhecimento e a religião” (1997),
  • “Rompendo o silêncio: uma fenomenologia feminista do mal” (2000),
  • “Mulheres de mobilidade escravas: as mulheres do nordeste, uma vida melhor e feminismo” (2000),
  • “As águas do meu poço. Reflexões sobre experiências de liberdade” (2005);
  • “O que é teologia?” (2006),
  • “O que é teologia feminista?” (2007),
  • “O que é cristianismo?” (2008) e
  • “Compartilhar os pães e os peixes. O cristianismo, a teologia e teologia feminista” (2008).” ( CARBAJAL, 2012)

 

Nancy Cardoso Pereira

Nancy é pastora e teóloga metodista.  Agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na região Sul Rio, professora de teologia e história da Universidade Severino Sombra, Vassouras, Rio de Janeiro.

Possui mestrado (1992) e doutorado (1998) em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (1992); pós-doutorado em História Antiga na Unicamp (2006); graduação em Teologia – Bennett (1987), licenciatura em Filosofia pela Universidade Metodista de Piracicaba (2002); membro do conselho editorial da Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana; membro do Palestine Israel Ecumenical Forum (PIEF)/ World Council of Churches (WCC);membro do Núcleo de Estudos de Gênero da Escola Superior de Teologia (EST); experiência de ensino na área de Ciências da Religião/Teologia, Filosofia e História, com ênfase em História Antiga Oriental, Exegese e Hermenêutica Bíblica atuando principalmente nos seguintes temas: metodologia da pesquisa, religião e sociedade, historia antiga oriental, história da religião antiga, filosofia antiga e medieval, antropologia e religião na antiguidade médio-oriental, literatura e relações sociais de gênero, campesinato, hermenêutica feminista latinoamericana.” (CV Lattes)

Publicou livros como:

E escreveu diversos artigos sobre a temática da teologia e hermenêutica feminista. Destaco aqui alguns:

  • “Teologia da Mulher” (2015.);
  • “Experiencia Religiosa e Identidade de Gênero. Caminhos da História” (2010);
  • “Hermenêutica feminista: roteiros de inimizade ou parcerias saborosas?” ( 2005).

 

Ivoni Richter Reimer

Ivoni Reimer é “pastora ordenada da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Fez graduação em Teologia pela Faculdade de Teologia em São Leopoldo e Estudos de Teologia pela Faculdade de Teologia Bethel (Alemanha). Tem experiência na área de Teologia e Ciências da Religião, com ênfase em Bíblia, Sociedade e Cultura, atuando principalmente nos seguintes temas: exegese, hermenêutica bíblica e feminista, espiritualidade, Novo Testamento, mundo sócio-cultural e bíblia, movimento de Jesus, ecologia, movimentos sociais, relações de gênero e literatura sagrada, Direitos Humanos, história antiga e Bíblia.

Foi professora de Teologia na Universidade Metodista do Rio de Janeiro, no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (RJ) e no Instituto de Filosofia e Teologia (GO). Assessora do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), do Serviço de Animação Bíblica (SAB das ed. Paulinas). Já realizou vários projetos de pesquisa, com produção acadêmico-científica e popular. No momento, seus projetos em andamento são “O movimento de Jesus nos Evangelhos. Sinóticos”, “Literatura Sagrada, Saúde e Gênero” e “Mulheres nas Origens do Cristianismo” (PROPE-PUC Goiás). Coordenou por vários anos, até 2014, o Núcleo de Pesquisa e Estudos da Religião (PUC Goiás). É membro-fundadora da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB) e de StreitgängerInnen (Alemanha). Professora colaboradora no Programa POLICREDOS do Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra. Professora colaboradora no Programa de Religião e Gênero, das Faculdades EST, São Leopoldo” (CV LATTES)

Autora de vários livros, capítulos e organização de livros, de artigos em revistas especializadas em Teologia, Religião e Hermenêutica (RIBLA, EstTeol, EstBibl, Caminhos, Fragmentos de Cultura, Schlangenbrut, Caminos, Caminhando). É tradutora. Como por exemplo:

  • “Vida de Mulheres: na Sociedade e na Igreja” (1995);
  • “Maria, Jesus e Paulo com as mulheres – Textos, interpretações e história” (2013);
  • “Corpo, gênero, sexualidade, saúde” (2005);
  • “Grava-me como selo sobre teu coração: teologia bíblica feminista” (2005)

 

Tea Frigerio

“Tea Frigerio é italiana, Missionária de Maria (Xaveriana), no Brasil desde 1974. Foi assessora e professora de Sagrada Escritura no IPAR (Instituto de Pastoral Regional) de Belém do Pará. No mesmo Instituto foi coordenadora do Departamento de Pastoral e Diretora por dois mandatos.

Formada em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, pós-graduada em Assessoria Bíblica pela Faculdades EST-CEBI. Foi coordenadora do Programa de Formação do CEBI e atualmente é assessora do CEBI.”

Escreveu uma série de livros chamado “Curso Popular de Bíblia“. A experiência é resultado de anos de estudo, com leigos e leigas, lideranças comunitárias e populares, na periferia de Belém. Ao todo são 7 volumes, que perpassam todas as etapas da Bíblia, todos elaborados por Tea Frigerio. Autora de livros como:

  • Ecofeminismo: novas relações, nova terra, novos céus” (2002);
  • “Hermenêutica feminista e de gênero” (2000);
  • “Atos das mulheres – justiça, solidariedade, mística”;
  • “Carta aos Filipenses – O sonho de Deus: uma casa acolhedora”.

Produziu artigos e reflexões como “Discipulado de mulheres – O perfume encheu a casa”; “Leitura bíblica na Amazônia”.


Ana Luisa Alves Cordeiro

Doutoranda em Educação e Graduanda em Administração, pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB-MS). Mestra em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO/2009). Bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO/2007). Bolsista da ADVENIAT (Alemanha) durante o Mestrado. Pesquisadora do Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação, Gênero, Raça e Etnia (CEPEGRE/UEMS). Membro do Grupo de Pesquisa em Educação, Gênero, Raça e Etnia (GEPEGRE-CNPq-UEMS), desde 2011 e vice-líder no período de 2011 a 2014. Více-líder do Grupo de Estudos e Pesquisa Políticas de Educação Superior/Mariluce Bittar (GEPPES/MB-UFMS), desde 2014 e membro desde 2013; Membro do Grupo de Pesquisa Educação Superior e Relações Étnico-Raciais (GPESURER-UFRRJ), desde 2015.

Suas pesquisas foram nas temáticas “Recuperando o Imaginário da Deusa: estudo sobre a divindade Aserá no Antigo Israel” (2009); “Políticas de Ação Afirmativa: implicações na trajetória acadêmica e profissional de afro-brasileiros/as cotistas egressos/as da UEMS” (2014). Seu livro publicado “Onde estão as deusas? Asherah, a deusa proibida, nas linhas e entrelinhas da Bíblia” (2011).  Publicou artigos como “Fortalecendo a mística a partir de uma leitura afro-descendente de Gn 1,1-2,4a” (2008); “Asherah, a Deusa Proibida.” (2007); “Representação Feminina do Sagrado: entre imaginário, violência e recuperação simbólica” (2013); “O Imaginário Feminino da Divindade como caminho de empoderamento das mulheres” (2008).

 

Marcia Blasi

Doutoranda em Teologia pela Escola Superior de Teologia. Possui Bacharelado em Teologia pela Escola Superior de Teologia (1997) e Mestrado pelo Graduate Theological Union, Berkeley, CA/EUA (2001). Atualmente é professora de Teologia Feminista e Co-coordenadora do Programa de Gênero e Religião da Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. É Assessora do Conselho da Federação Luterana Mundial para questões de gênero e facilitadora da Rede de Mulheres e Justiça Gênero da Federação Luterana Mundial na América Latina. É Pastora Ordenada da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil desde 1998. Foi Pastora Vice-Sinodal no Sínodo Noroeste Riograndense.” (CV LATTES)

Organizou o livro, com a colaboração de outros colegas, “Ainda Feminismo e Gênero” (2013). Escreveu artigos e capítulos de livros com os seguintes títulos: “Aconselhamento Pastoral em Perspectiva Feminista Princípios Básicos” (2014); “Gênero e Poder” (2013); “Nem tão doce lar” (2012); “Questões de Gênero e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil” (2009); “Coisas do Gênero: Revista de estudos feministas em gênero e religião” (2015).


Mercedes Lopes

Possui graduação em Licenciatura em Teologia e Bíblia pela Universidade Bíblica Latino Americana (1995), graduação em Teologia Sistemática pelo Instituto Boliviano de Teologia a Distância e Universidade Católica Bolívia (1992), mestrado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2004) e doutorado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2007). Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Pesquisa Bíblica, atuando principalmente nos seguintes temas: exegese, mulher, cidadania, ecologia, justiça, Jesus, sabedoria.” (CV LATTES)

Seus escritos são inúmeros, destacarei alguns artigos e capítulos de livros publicados:

  • “Mulheres que inventam saídas” (1996);
  • “Pontos básicos para uma leitura de Gênero no CEBI” (2000);
  • “Espiritualidade Patriarcal e Imagens de Deus” (2003);
  • “Maria Madalena e as outras Marias” (2004);
  • “Mulheres da Bíblia a serviço da vida” (2008);
  • “Mulheres da Bíblia a serviço da vida” (2012);
  • “A mulher sábia e a sabedoria mulher” (2007);
  • “O papel de Marta na comunidade Joannina” (2016);
  • “Fui tecida em segredo, na terra mais profunda” (2016).

 

Claudete Beise Ulrich

Possui graduação em Teologia pela Escola Superior de Teologia (1987), graduação em Pedagogia – habilitação Educação Infantil pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2005), mestrado em Teologia Prática pelo Instituto Ecumênico de Pós Gradução da Escola Superior de Teologia (2002) e doutorado em Teologia, área de concentração religião e educação também pelo Instituto Ecumênico de Pós Gradução da Escola Superior de Teologia (2006), tendo tido como orientador Prof. Dr. Alceu Ferraro Ravanello e co-orientador Prof. Dr. Evaldo Pauly. Realizou pós-doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina sob a supervisão da Profª. Drª. Joana Maria Pedro (2007-2008). De 2009 a 2012 atuou como intercambista em projetos ecumênicos na região de Hannover/Alemanha. De 2012 a 2015 atuou como coordenadora de estudos na Academia de Missão junto a Universidade de Hamburgo/Alemanha. Desde agosto 2015 é professora de teologia na Faculdade Unida em Vitória no Espírito Santo.” (CV LATTES)

Organizou o livro, com outros colegas,

  • Maria de todas nós” (2013);
  • Retratos das mulheres da OASE – quem foram e quem são: Caderno de memórias” (2006).

Publicou diversos capítulos, como: “Ensino Religioso e relações de gênero: tecendo novos e coloridos fios – contribuições para um currículo não sexista‘ (2005); “Mulheres atuantes” (2006); “Gratidão por ter compartilhado o ministério com Hulda e Hildegart“(2012);  “Maria, Marias em mim!” (2013); “Práxis ética do cuidado e relações de gênero: alguns apontamentos para práticas educativas emancipatórias” (2015); “As mulheres na Reforma Protestante” (2015).

 

Odja Barros

Odja Barros é pastora, professora de Novo Testamento e assessora do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI). É formada em Educação Religiosa pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil e em Pedagogia pela UFAL. Tem especialização em assessoria bíblica e está cursando o doutorado em Teologia pela Escola Superior de Teologia, em São Leopoldo. Alguns de seus trabalhos:
  • “Uma Hermenêutica feminista e simbólica do Pentecostes: Uma leitura de Atos 2:1-13 a partir da Mulher.” (Especialização, 2007);
  • “Uma hermenêutica popular e feminista na perspectiva da mulher nordestina: um relato de experiência” (mestrado, 2011);
  • Re-imaginando a Trindade.” (2015);
  • “Relações de gênero e Igreja: Por uma Ekklesia não patriarcal” (2013);
  • Lendo a Bíblia a partir da perceptiva da mulher” (2011).

 

Romi Márcia Bencke

Possui graduação em Teologia pela Escola Superior de Teologia (1998) e mestrado em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente é secretária geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil. Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia, atuando principalmente nos seguintes temas: campo religioso, laicidade, religião, políticas públicas, mulheres, teologia da prosperidade, neopentecostalismo e ecumenismo. É a primeira secretária geral mulher do O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).

Organizou trabalhos como:

  • “Ecumenismo e Feminismo – Parcerias da Casa Comum” (2012).

Escreveu e publicou artigos: “Religião, estado laico e autodeterminação sexual e reprodutiva das mulheres” (2012); “O fazer teológico e direitos humanos em diálogo com outras vozes” (2015); “Os calvários nos tempos atuais” (2015);

 

Maria Soave Buscemi

Nasceu na terra do Meio do mar Mediterraneo, no sul da Itália, no dia 13 de agosto, sexta-feira, de 1963. Educadora e biblista popular, há 20 anos partilha Vida e Bíblia nas erranças das muitas comunidades desta América Afro-Ameríndia. Vive na Terra do Meio do Planalto Catarinense, no “Karú”, a Terra boa dos pinheiros araucárias, a terra da árvore do Povo livre. Soave partilha a poética ecofeminista, a recriação dos textos da Vida e da Bíblia, como espaço sagrado de novas relações na construção de outros mundos possíveis.

Autora das obras:

Fonte:  Texto de Angélica Tostes, publicado no seu blog angeliquisses.wordpress.com.

Foto de capa: JD Mason.

 

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