Os números de famílias e voluntários/as que ajudaram na realização da 11ª edição do Encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ) mostram toda a mobilização que houve para se tornar concreta a missão dos/as jovens e o quanto a cidade de Manaus, no Estado do Amazonas, se preparou para acolher centenas de meninos e meninas vindos de todo o Brasil. Ao todo, 280 famílias de 34 paróquias acolheram os cerca de 550 delegados/as das PJs do país inteiro; 40 comunidades abriram suas portas para receberem os grupos missionários; e mais de 600 jovens amazonenses trabalharam, voluntariamente, para que o evento acontecesse.
Para encerrar o fim de uma semana de Encontro, foi realizada, na manhã do último domingo, 25 de janeiro, uma celebração eucarística de envio na Catedral Nossa Senhora da Conceição, Centro de Manaus, para reafirmar o compromisso de "Somos Igreja Jovem”. "Agora, a gente vai viver o processo posterior ao ENPJ, vamos levar a partilha para a nossa comunidade. É com a nossa gente e com o nosso povo que vamos construir um novo mundo possível”, disse a secretária nacional da Pastoral da Juventude, Aline Ogliari.
Para a jovem manauara Ísis Paiva, coordenadora paroquial da Juventude na Paróquia São Vicente de Paulo (Manaus), o 11º ENPJ foi uma "experiência maravilhosa”, de troca de ideias, culturas e sotaques, além de um momento de renovar o compromisso como Pastoral da Juventude. "Diante de tudo o que a gente viu e viveu, percebemos, realmente, como a Pastoral da Juventude é importante e como têm jovens esperando por nós, pra gente ir lá cumprir a missão com eles”, disse.
Segundo Ísis, o momento mais marcante durante o Encontro foi o dia da missão, quando puderam contemplar as mais diferentes realidades do Amazonas. "Os jovens da periferia, os ribeirinhos, os indígenas, todos são realidade e necessitam de um olhar especial da Igreja, é onde a Pastoral da Juventude faz o seu propósito que é sempre trabalhar a favor dos pobres e marginalizados. Então, a gente leva essa mensagem de reassumir o compromisso. Todo mundo está voltando para as suas bases com isso no coração, uma vontade a mais, de fazer mais e de colocar em prática tudo o que a gente aprendeu nesta semana aqui, que, com certeza, foi renovadora para a nossa missão”, analisou.
A jovem paulista Daiane Zito Rosa, da coordenação da Pastoral da Juventude na Arquidiocese de São Paulo, também concordou que o Encontro serviu para estimular ainda mais sua missão. "Foi uma semana de redescobrir, de reafirmar e de repensar minha caminhada, de projetar o meu projeto de vida e ter o prazer de conhecer novas culturas. Aqui, é um lugar com uma cultura muito bonita”, afirmou. Daiane volta para sua cidade levando a experiência de viver uma acolhida mais cuidadosa. "Eu tenho uma base muito forte lá [em São Paulo], mas eu fui muito cuidada aqui. Lá em São Paulo, às vezes, as pessoas esquecem de cuidar um pouco de mim. Eu fui muito cuidada aqui e eu vou levar isso muito forte para a minha base”.
Ato pela Reforma Política
Ao final da celebração, foi realizado o Ato Nacional pela Reforma Política com o objetivo de relembrar a população sobre a importância de se engajar por uma reforma no sistema político no país. Durante toda a manhã do domingo, 25, houve coleta de assinaturas para a lei de iniciativa popular. De acordo com o deputado estadual José Ricardo (Partido dos Trabalhadores – PT – Amazonas), ex-integrante da Pastoral da Juventude em Manaus, o momento é oportuno já que a Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), este ano, abordará o tema "Fraternidade e Sociedade”.
"É um momento muito oportuno para trabalhar com a população, neste caso, com os membros da igreja, juventude, em particular, falar sobre a Reforma Política, porque não é só pegar assinaturas, o ideal é você ter um debate nas comunidades sobre organização política no país, o que se pretende mudar, a corrupção que está aí, o nosso sistema que precisa ser melhorado e por que essas propostas de Reforma Política. É muito oportuno isso agora no período da Campanha da Fraternidade”, observou.
Por: Tatiana Félix