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CEBI-RJ: 50 anos depois – Brasil, Violência e Ditadura

CEBI-RJ: 50 anos depois - Brasil
"A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar".
(Martin Luther King Jr.)

 

 
Enorme alegria senti quando nos reunimos no Colégio Assunção em Santa Teresa, na cidade do Rio de Janeiro para o encontro com nossos irmãos e irmãs batistas com objetivo de aprofundarmos e fazermos memória dos 50 anos da Ditadura militar no Brasil.
Tendo como tema Brasil, Violência e Ditadura, abrimos na noite de sexta-feira (15/08) a mesa redonda onde Anivaldo Padilha, Eliana Rolemberg e Jorge Pinheiro falaram de forma emocionante de suas experiências de articuladores da resistência contra a ditadura militar. Momentos  em que músicas foram tocadas (Cálice -Chico Buarque e Gilberto Gil; O Bêbado e o Equilibrista – Aldir Blanc e João Bosco) e nos fizeram chorar, sorrir e acima de tudo pensar como teria sido esse país sem a resistência, sem outro projeto que pensasse a abertura democrática e no final chegamos a um maravilhoso abraço da paz consolidando a importância de sermos livres e podermos nos organizar e nos expressar livremente, sem censura.

Frases fortes nos levaram a pensar e estarmos juntos com os palestrantes tais como:

  • Qual a igreja que somos e que queremos ser?
  • Felizes são os que têm fome e sede de justiça!
  • O Movimento Ecumênico foi essencial para a minha história – compreensão maior do Evangelho e do Reino de Deus (Anivaldo Padilha) – CESE
  • Busca de uma igreja que pudesse responder as necessidades dos mais pobres.
  • Éramos acusados de sermos ecumenistas – ser ecumênico e lutar pelo pobre = ser comunista.
  • A ditadura não foi um fato aleatório. Foi fruto de uma elite que nunca aprendeu a conviver democraticamente com os pobres.
  • A Comissão da Verdade começa a quebrar o silêncio histórico imposto sobre o tempo da ditadura.
  • Aos poucos fui me apaixonando pelo Ecumenismo (Juventude Universitária Católica) que vai dar origem à Ação Popular (AP) – Eliana Rolemberg
  • As mulheres tiveram papel de protagonistas na luta contra a ditadura. Sem elas, não sei se teríamos sido bem-sucedidos.
  • Temos novos chamados a lutar e resistir para que novas ditaduras não surjam e lutemos pelos direitos conquistados.
No sábado (16/08), aprofundamos a Palavra com a ajuda da pastora batista Lilia Mariano no  tema sobre Exército e Violência. A pastora começou sua reflexão partindo da sua infância em favela onde a existência lado a lado com a fome, miséria e a falta de habitação conviviam com a política do desenvolvimento do país ufanista.
 
Outro ponto importante foi questionamento da formação dentro do Exército, onde defender o país passou pelo silenciamento ao outro. Deve ser realmente assim, ou outras formas são possíveis. A partir da leitura sobre Exércitos na Bíblia percebemos que eles existem para garantir a paz e não para promover a guerra.
 
Pergunta-chave: Como Deus agia quando era Senhor dos Exércitos?
 
Deus realmente participa da luta, mas Israel não precisa manchar as mãos com sangue!
Deus só se envolve em guerra quando o objetivo é libertar seu povo.
   
Na abertura para intervenções ficou o questionamento: Quem é o verdadeiro inimigo que precisamos atacar? Porque quando o Cristianismo defendeu a escravidão e o Holocausto, o Cristianismo foi o inimigo?     Até onde os cristãos também são opressores?

Passamos tempo demais denunciando e pouco tempo realizando.

Propostas vistas para as igrejas, movimentos e entidades presentes:

1) Colocar na agenda das igrejas a discussão sobre a Política de Segurança Pública
2) Desmilitarização da PM.
3) Criação de uma nova PM com formação e perfil diferentes do que temos atualmente.
4) Construção de redes de solidariedade com diversidades religiosas.
5) Mudamos as igrejas quando levamos temas (Sexualidade/Pedofilia/Violências) para dentro delas.
6) Luta contra a intolerância religiosa a partir da noção de direitos

No final, deixamos os nossos irmãos e irmãs batistas mais à vontade já que nesse momento se discutiu assuntos internos mais direcionados às igrejas batistas e a própria Aliança. Ficamos felizes e agradecidos por termos partilhado toda essa riqueza de experiências e de ideias saindo mais fortalecidos enquanto cristãos, cidadãos e seres humanos.

Que o Deus da vida possa sempre nos dar oportunidades únicas em outros espaços para que continuemos crescendo enquanto CEBI.
Axé, Amém, Shalom, Awêre!

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