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Carta às igrejas e comunidades de fé sobre a Missão Ecumênica no RS

Leia a carta às igrejas e comunidades de fé, escrita em virtude da realização da Missão Ecumênica: Comunidades Kaigang e Garani, em dezembro de 2017:

Entre os dias 14 e 16 de dezembro, o Fórum Ecumênico ACT Brasil (FE ACT), integrado por Igrejas e Organismos Ecumênicos, promoveu a Missão Ecumênica em Solidariedade aos Povos Indígenas Kaingang e Guarani do estado do Rio Grande do Sul.

Além de uma audiência pública e um ato ecumênico, realizados na cidade de Passo Fundo, 35 pessoas de diferentes igrejas e entidades visitaram a comunidade Kaingang da Terra Indígena Carazinho, a área de retomada dos Guarani Mbyá, em Maquiné, e a comunidade Guarani Mbyá de Capivarí, acampada às margens da rodovia há mais de 40 anos. Foram momentos de intensa convivência e de profunda espiritualidade, em que as pessoas participantes puderam sentir o Espírito de Deus agindo em cada coração e em cada rosto de suas filhas e filhos indígenas.

Como já observado em missões anteriores, realizadas no Pará e no Mato Grosso do Sul, também no Rio Grande do Sul constatou-se os impactos provocados pelo modelo agrícola agroexportador, que financeiriza a terra e as sementes. Este modelo econômico e político relativiza e é indiferente às necessidades dos diferentes povos indígenas. Para estes povos, não é negado apenas o acesso à terra, mas também aos direitos mínimos elementares, como água potável e alimentação mínima. Também são impedidas e impedidos de praticar sua espiritualidade e realizar seus ritos ancestrais, uma vez que a biodiversidade, elemento central da espiritualidade indígena, está inacessível.

Aprendemos muito nestes dias de Missão Ecumênica. No entanto, queremos destacar um momento especial do diálogo com o povo Kaingang, que pode ser compreendido como um kyrie Eleison. Do cacique Luís Salvador, liderança do Povo Kaingang, ouvimos:

“As igrejas são devedoras de solidariedade aos povos indígenas, porque mataram seus caciques”.

Que estas palavras possam continuar ecoando em nossos corações e em nossas mentes. Precisamos admitir que as Igrejas fizeram parte do projeto colonialista desenvolvido em nosso país. Pecamos por conivência, por silêncio e omissão. Ainda hoje, pessoas cristãs e grupos de nossas Igrejas são corresponsáveis pelo sofrimento dos povos indígenas.

Não queremos deixar de reconhecer que também podemos provocar dores, por isso imploramos que Deus tenha piedade de nós. Neste Natal, conclamamos cada pessoa cristã, cada comunidade e cada liderança de nossas Igrejas a serem solidárias à causa dos povos indígenas: que nos esforcemos na superação de intolerâncias e preconceitos, que juntemos nossas forças na cobrança da demarcação das terras indígenas, exigindo que políticas públicas sejam retomadas e efetivadas, como forma de garantia mínima de dignidade.

Em tempo de Advento e Natal, somos convidadas e convidados à solidariedade e à profecia. Se assim não o fizermos, nossa omissão contribuirá para que com os povos indígenas ocorra o mesmo que se disse sobre Jesus: “não havia lugar para ele” (Lucas 2.7).

Que Deus-criança, nascida entre os grupos empobrecidos, nos ajude e nos fortaleça na caminhada!

Em nome de FE ACT:

CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil)
FLD (Fundação Luterana de Diaconia)
CEBI (Centro de Estudos Bíblicos)
CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviço)
COMIN (Conselho de Missão entre Povos Indígenas)
KOINONIA
DIACONIA
Aliança ACT
Além do CIMI (Conselho Indigenista Missionário)

Fonte: Fundação Luterana de Diaconia, FLD, 22/11/2017.

Foto: Fabiele da Rosa, 16 anos, na Terra Indígena Carazinho / de Tiago Greff / Banco de Imagens da FLD

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