Todo muro é derrubado com ações de fé e coragem
O amor nos move para misericórdia e compaixão
Ao acolher sou imerso na alteridade e na empatia
No rosto de alguém é minha imagem que encontro
Todo muro é derrubado com marretadas subversivas
A potência da vida cria na crise e estabelece outra realidade
Na teimosia continuamos a jornada – pão nas mesas e cercas no chão
A mão que ora precisa ser a mesma da luta e da partilha
Todo muro é derrubado quando a mesa da comunhão produz riso e acolhimento
Não cabe sentenças, murmúrios, indiferenças e exclusivismos
A beleza da diferença nos revela a face amorosa e plural de Deus
Cores, sons, sabores e cheiros – vem, há lugar para você
Todo muro é derrubado quando não limitam o perfume das flores nos jardins
A lagarta vira borboleta e experimenta novos ares
A semente se transformará em árvore com sombra e alimento
Tudo tem seu tempo – acredite: nosso choro um dia será festa
Todo muro é derrubado quando somos capazes de escutar e superar preconceitos
A dor de alguém (física ou existencial) precisa ser vista, cuidada e sarada
Um aperto de mão – um abraço – um colo – um beijo na face
A espiritualidade é serviço e afetividade
Todo muro é derrubado no contexto quaresmal quando superamos rituais frios
Oração – jejum – autoconhecimento – conversão
Tempo de mudança para encontrar no deserto um manancial
Tempo de lembrar que Ele nos amou primeiro – nos salvou – nos fez sorrir
Cláudio Márcio Rebouças da Silva é Pastor da IPU em Muritiba (cidade serrana do recôncavo da Bahia)