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MTST ocupa Avenida Paulista por políticas públicas de habitação

Movimento exige a contratação de moradias pela faixa 1 do programa, que atende famílias com renda mensal de até R$ 1.800

Acampamento permanece até o governo Temer garantir a retomada da contratação de moradia aos mais pobres

São Paulo – Contra as modificações no programa Minha Casa Minha Vida adotadas pelo governo Temer, cerca de 200 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) estão acampadas na Avenida Paulista. Os manifestantes também exigem a contratação de moradias pela faixa 1 do programa, que atende famílias com renda mensal de até R$ 1.800.

O movimento promete manter o acampamento até o governo Temer garantir a retomada da contratação de moradia aos mais pobres. “Hoje não é só mais uma manifestação, nós viemos aqui para resolver. Seria melhor se os membros viessem aqui para assumir o compromisso, mas se não comparecerem, cada guerreiro que está aqui hoje terá um novo endereço”, afirmou o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, durante o ato.

O MTST convocou dois atos na tarde de ontem (15). Um saiu do Largo da Batata, em Pinheiros, região oeste, e outro da Praça da República, na região central. Ambos seguiram até a sede da presidência da República em São Paulo, na Avenida Paulista. Segundo a organização, cerca de 20 mil pessoas participaram da manifestação.

Eles denunciam as mudanças no Minha Casa, Minha Vida, que prejudicam a faixa mais pobre da população e beneficiam a de maior renda. O teto para acessar o Minha Casa, Minha Vida passou de R$ 6.500 para R$ 9.000 e os limites no valor dos imóveis também aumentaram no caso de contratação da unidade habitacional com o uso do FGTS.

Em entrevista à repórter Camila Salmazio, da Rádio Brasil Atual,  Boulos afirma que as mudanças transformam o programa em uma linha de crédito imobiliário e coloca em risco o caráter social do Minha Casa, Minha Vida. “Quando você coloca o limite de renda familiar em R$ 9 mil e centra o programa nas faixas 2 e 3, que é para a classe média, sendo que 84% do déficit habitacional é de quem ganha menos de três salários mínimos. O governo Temer liquida o programa social e cria um balcão imobiliário.”

A coordenadora do MTST, Natalia Szermeta, explica que os recursos para a contratação de moradia na faixa 1 do programa estão congelados desde o ano passado. “A partir da posse do Temer, o programa está estagnado, sem novas contratações. Há pouco tempo, ele anunciou 600 mil moradias, mas ele está investindo apenas em uma parcela da população, que a é de classe média.”

Das 610 mil novas moradias, apenas 170 mil contratações serão destinadas à faixa 1, sendo 35 mil unidades na modalidade Entidade Rural e 35 mil para Entidades Urbanas. As outras 100 mil serão para o fundo de arrendamento residencial que funciona em parceria com os estados e municípios.

*Por Redação RBA, www.redebrasilatual.com.br, 16/02/2017.

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