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“causou” na cruz da Parada Gay – [Nancy Cardoso Pereira]

“causou” na cruz da Parada Gay - [Nancy Cardoso Pereira]

"Estou bem viva"! A notícia chegou nas altas horas, madrugada adiantada.

Alguns dias antes você “causou” na cruz da Parada Gay de SP: crucificada pela homofobia e cheia de sangue, com a bandeira multicor guardando sua dor… enquanto na avenida sua “morte” dividia opiniões e arrancava o texto bíblico de debaixo da caretice fundamentalista dos pastores/padres/pais de plantão. O Evangelho trepidava em cima do trio-elétrico: teso, concreto, radical e nosso… radicalmente nosso, da rua, d@s oprimid@s. O verbo se fez carne e “desfilou” entre nós! 

Você morreu a morte cheia de significado. Entregou seu corpo por amor de muitos, muitas, tant@s de qualQUEER maneira de amor vale a pena! Deixe que digam, que pensem que falem… eu e as outr@s vamos ao encontro de você no jardim! Enquanto seu corpo era levado pela mídia grotesca e a cristandade desorgasmizada cavava um túmulo… nós, em nossos lugares preparamos óleos e perfumes (nem naum do Boticário!) para cuidar seu corpo machucado, para não deixar você sozinha. E fomos ao seu encontro na madrugada e descobrimos que a enorme pedra que colocaram em cima de você “tinha sido removida”. Na armadilha-túmulo que armaram pra você… você não estava. Entre o medo e a perplexidade muit@s de nós não sabíamos o que viria. Mas a notícia correu nas redes sociais, nos movimentos e nas lutas:

“Porque procuram no túmulo quem está vivo?
ELÆ não está aqui, ressuscitou!
Não se lembram do que ELÆ disse,
que o FilhÆ da Humanidade seria traíd@,
entregue a gente má e crucificad@,
e que ELÆ tornaria a viver ao terceiro dia?”
(Lucas 24)

"Estou bem viva. Muita paz para vocês" – Viviany Beleboni

E foi então, Viviany, que o teu corpo ressuscitado nos lembrou que nem deputados, nem pastores, nem padres, nem freiras e nem bispos, nem caretas, nem homofóbicos: nada nos separará do amor de Cristo! Você não teve medo! Nós não temos medo!

Nem machos violentos, nem madames submissas, nem cultura heteronormativa, nem família tradicional reguladora do consumo no capitalismo… nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus. Romanos 8:38,39

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