Domingo XXI do Tempo Comum
Reflexão sobre Lucas 13,22-30
Davison Willian – CEBI SE
O convite do Senhor ecoa: que nossos corações se disponham a acolher a graça da salvação. Somos conduzidos e conduzidas a ajustar a rota de nossa vida, alinhando cada passo para adentrarmos pela porta estreita que dá acesso à grande festa do seu Reino.
Em sua jornada para Jerusalém, Jesus é interrogado por alguém ansioso por saber quem pode ser salvo. Em vez de dar uma resposta direta, o Mestre revela o caminho para a salvação. Ele ensina aos discípulos e discipulas o que é preciso para “atravessar a porta” e ter acesso ao seu Reino.
A imagem da “porta estreita” evoca a “cruz de Cristo”, o único meio de entrada para o “banquete eterno”. Muitos tentarão entrar, sem sucesso, por lhes faltar a prática da justiça. Essa é a verdadeira chave que abre as portas do Reino de Deus.
É evidente na leitura o alerta para aqueles(as) que buscam acumular bens e riquezas de forma injusta, pois não conseguirão atravessar a passagem, que é estreita. De nada adiantará alegar que oraram muito, ouviram os ensinamentos de Cristo ou até mesmo compartilharam refeições com ele. A salvação não está condicionada a origem étnica ou pertencimento religiosa; é um convite universal.
O requisito fundamental é viver a justiça, que por sua vez gera relações fraternas e de solidariedade, alicerces para uma sociedade renovada.
O caminho da “porta estreita” é, na essência, um convite a uma transformação radical de vida. Colocar-se a serviço dos outros é o primeiro passo, implicando sair do “próprio umbigo” e dirigir o olhar e a ação para as necessidades do próximo, especialmente dos mais vulneráveis. Esse serviço exige renúncia e desapego de bens materiais, não como um fim em si mesmo, mas como libertação. Significa romper com a lógica do acúmulo egoísta que aprisiona o coração e cega para a fraternidade.
Por fim, ser uma pessoa justa e solidária é o resultado prático dessa conversão interior. É agir com equidade, buscar a dignidade de todos e trabalhar ativamente por relações mais humanas, buscando um mundo melhor para todos. Não é uma simples caridade pontual, mas um compromisso constante com a construção do Reino de Deus, que é justiça, paz e alegria para toda a humanidade.


