Papa Francisco quando instituiu o dia mundial dos avós escreveu: “Segundo uma tradição, São Joaquim, foi afastado da sua comunidade, porque não tinha filhos; a sua vida – como a de Ana, sua esposa – era considerada inútil. Mas o Senhor enviou-lhe um anjo para o consolar. Estava ele triste, fora das portas da cidade, quando lhe apareceu um Enviado do Senhor e lhe disse: «Joaquim, Joaquim! O Senhor atendeu a tua oração insistente”.
E Joaquim e Ana foram pais de Maria e avós de Jesus.
Avós são nossas raízes, cuidam da gente quando somos pequeninos e nos transmitem a fé quando somos jovens. O “novo” vem das raízes, vem de baixo, da base, do chão da vida. São os avós que nos aram, nos semeiam e nos cultivam com sua dureza e com seu encanto.
Avós são os pilares da nossa família, e cada momento vivido juntos é um tesouro inestimável.
Entre os vários pilares que deverão sustentar esta nova construção denominada netos e netas, três são os mais importantes: os sonhos, a memória e a oração.
A proximidade da Divindade dará – mesmo aos mais frágeis de nós – a força para empreender um novo caminho pelas estradas do sonho, da memória e da oração.
Uma vez o profeta Joel pronunciou esta promessa: «Os vossos anciãos terão sonhos e os jovens terão visões» (3, 1). O futuro do mundo está nesta aliança entre os jovens e os idosos. Quem, senão os jovens, pode agarrar os sonhos dos idosos e levá- los adiante? Mas, para isso, é necessário continuar a sonhar: nos sonhos de justiça, de paz, de solidariedade dos nossos avós reside a possibilidade dos jovens terem novas visões e, juntos, construirmos o futuro.
Nisto se vê como os sonhos estão entrelaçados com a memória. Os avós são guardiões da memória, fontes inesgotáveis de amor e sabedoria. O carinho deles molda gerações, deixando marcas eternas no coração. Esta memória pode ajudar a construir um mundo mais humano, mais acolhedor. Mas, sem a memória, não se pode construir; sem alicerces não se constrói uma casa. E os alicerces da vida estão na memória.
A memória guarda os sonhos e a oração nos fortalece para os realizar. E cá estão novamente nossos avós. Quem não os ouviu falar do Senhor? Com quem foi que aprendemos gloriar a Divindade? Quem ainda nos fala de Maria? Quem nos lembra da cruz que nos deu vida nova. Da Ressurreição que não nos deixa esquecer nem desistir da luta.
Qual é a nossa vocação hoje, na nossa idade?
Nossa vocação e salvaguardar as raízes, não importa quantos anos temos, se ainda não trabalhamos. Ou se já estamos cansados. Vocês vovó e vovô serão sempre o nosso alicerce. As pessoas mais inspiradoras para nós.
Cleide Giusti
CEBI São Paulo



