Reflexão do Evangelho

O Chamado dos Primeiros Quatro Discípulos

Domingo V do Tempo Comum
Lecionário Comum e Católico: Lucas 5,1-11
07 de Fevereiro de 2025

Simão imagina que devemos colocar distância entre o homem indigno e Deus que faz maravilhas. Mas Deus, que é o outro, também quer ser o muito próximo. Ele não é apenas o todo-poderoso, mas também quer ser o todo amoroso. É por isso que Jesus afasta o medo: não tenha medo … Fique tranquilo!…

A reunião começa, naquela manhã, de forma quase habitual. Jesus pede um pequeno favor a Simão: levá-lo um pouco mais longe da costa para que a sua voz seja melhor escutada, que todos possam o escutar.

Não custa muito e Simão aceita gentilmente. Mas notemos um detalhe que sem dúvida não lhe passou despercebido, assim como aos demais pescadores: Jesus começa a trabalhar no momento em que eles acabaram de terminar, no momento em que desistiram e arrumaram as suas redes, pensando que seria tarde demais para retomar qualquer atividade, e que fracasso seria definitivo naquele dia.

Mesmo quando parece ser tarde para as conquistas humanas, nunca é tarde para o bom Deus, pois ele muitas vezes nos pede algo nos momentos de cansaço ou desânimo, um pequeno gesto que parece ser quase nada, mas que nos impulsiona em direção a ele.

No entanto, Simão está apenas no início de suas surpresas. Quando Jesus termina de falar, manda-o pescar longe da costa, em águas profundas. Simão está convencido de que é inútil, depois de uma longa noite infrutífera, mas a Palavra de Jesus é mais forte que todas as suas evidências, mais certa que as suas dúvidas, mais imperativa que o seu desânimo. Mas , pela fé ou pelo menos pela confiança no Mestre, ele ultrapassou os limites do seu bom senso bastante humano, a pesca superará as suas expectativas, e a própria desproporção da pesca ele entenderá que é a obra de Deus. Pois quando Deus age na vida da gente, tudo se torna possível; o mais difícil é se deixar conduzir.

A primeira reação de Simão e dos seus companheiros: espanto e medo: Afasta-te de mim, Senhor!… Imediatamente, depois de escutar Jesus falar às multidões, Simão lhe disse: Mestre. Agora, depois de ver seu poder, ele o chama de Senhor. Ele percebeu claramente a majestade de Deus em Jesus, mas ainda é para ele, uma majestade que está longe; desperta a adoração, mas ainda não desperta o amor total. Afasta-te de mim, porque sou pecador! … Simão imagina que é preciso estabelecer uma distância entre o homem indigno e o Deus que faz maravilhas. Mas Deus, que é o outro, quer ser também o todo próximo. Ele não é apenas o todo-poderoso, mas ele também deseja ser todo- amoroso. É por isso que Jesus expulsa o medo: não tenha medo…Tende bom ânimo!… E como isso tranquiliza o discípulo?… Confiando-lhe uma missão e chamando-o a colaborar com ele: De agora em diante estes são pescadores de gente. Simão apanhará gentes na sua rede como apanhou peixes naquele dia. Isso acontece quando menos se espera, mas e unicamente com base na Palavra de Jesus.

Muitas vezes o que restringe o nosso amor é o medo. Medo do que a Palavra de Jesus pode fazer por nós, através de nós; Medo de se soltar de uma vez por todas o que nos parece seguro; medo de encontrar um Deus que nos supera; medo de lançar a rede em nossas vidas na única Palavra de Jesus onde o amor autentico lança fora o medo. E é tanto para nos curar do medo como para despertar o nosso amor que Jesus nos faz escutar novamente o seu chamado, o seu comando, a sua promessa: Pescarás gente, estarás comigo na obra da salvação e libertação. O essencial é deixar que Jesus nos conduza em alto mar até onde Ele quiser, para nos amar tanto quanto Ele quiser nos amar. E a pesca seguirá, hoje, amanhã e sempre.

José de Arimateia Alves Barbosa
CEBI do Maranhão

Nenhum produto no carrinho.