Reflexão do Evangelho

Seguimento de Jesus não rima com superficialidade!

Reflexão do Evangelho de Lucas 3-10-14

Leia a reflexão sobre Lucas 3-10-14, texto de Itacir Brassiani

Após do episódio da sinagoga de Nazaré, quando Jesus foi expulso da cidade depois de apresentar-se como o profeta que prioriza a vida dos marginalizados, temos hoje o belo relato da pesca que termina em vocação. Jesus já havia estado em Cafarnaum e curado um homem possuído por um espírito impuro, a sogra de Pedro curvada sob a febre, e muita gente que estava doente (cf. Lc 4,31-41). Jesus então se retira para rezar (cf. Lc 4,42-44) e, posteriormente, chama, reúne e inicia a formação dos primeiros seguidores e colaboradores.

Simão, Tiago e João voltam de uma noite de trabalho. Os barcos estão vazios de peixe e cheios de frustração. Jesus vê os barcos parados à margem do lago e, mesmo percebendo que os pescadores não estão interessados na sua palavra, sobe num dos barcos. É de dentro da própria lida cotidiana, frequentemente dura e vazia, que Jesus fala assegurando que as promessas de Deus estão se cumprindo, que, com ele uma boa notícia finalmente é anunciada aos pobres e oprimidos. Jesus entra na nossa vida e, desde o interior dela, nos ama, nos acolhe e nos chama.

Os pescadores não parecem muito interessados com o que está acontecendo naquele momento às margens do lago de Genesaré. O cansaço e a sensação de frustração os invade por inteiro. Não vislumbram um horizonte que não seja voltar ao mesmo e rotineiro trabalho na noite seguinte. Para eles, o duro realismo não pode fazer concessão a sonhos e utopias. Seu destino está desde sempre escrito a ferro e fogo nas instituições. Poderiam repetir o ditado: ‘A vida é um combate que aos fracos abate’. Inicialmente, o jovem pregador não suscita neles nenhuma expectativa.

Infelizmente, também hoje são muitos os que se contentam com as rotinas de uma religião recebida como herança e conservada por inércia. Outros vivem a fé como um fardo pesado e cansativo, ou como um hábito que envergonha. Permanecem cristãos por conveniência ou por medo de mudar, mas exalam vazio e a frustração por todos os poros. E o que dizer dos bispos, padres, religiosos e catequistas que reclamam do afastamento dos fiéis mas se conformam às ‘antigas lições’ com cheiro de caserna e aderem a posturas violentas, armadas e discriminadoras?

Sem desconhecer a frustração dos pescadores, Jesus pede que Pedro avance para águas mais profundas e recomece a pesca. A superficialidade sempre nos parece tentadoramente segura, mesmo que saibamos que é também é menos fecunda. Lugares profundos costumam ser arriscados e exigem prudência e habilidade. Mas a excessiva prudência impede o avanço, e a superficialidade conduz à esterilidade. A abertura e a obediência à Palavra de Jesus abre-nos as portas à fecundidade. Como Pedro, aprender reaprender a pescar, recomeçar sempre.

Em atenção à Palavra de Jesus, Pedro lança as redes novamente, e o resultado é surpreendente. Ele então reconhece sua indignidade, mas Jesus não dá ouvidos à sua contrição. “Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens!” Ele é chamado a vivificar e reunir para conservar a vida. E este chamado dirigido a Pedro, que implica em aprender uma nova missão, não é isolado: Tiago e João, companheiros no ofício da pesca, são agora também companheiros nesta nova identidade e missão. “Eles levaram os barcos para a margem, deixaram tudo e seguiram Jesus.”

Chamando-nos, Jesus nos coloca cara a cara com nossa realidade mais profunda e autêntica: a vulnerabilidade e a finitude, que, quando negadas ou esquecidas, nos induzem ao erro desde o primeiro passo. Mas, ao mesmo tempo, descobrimo-nos preciosos aos olhos de Deus. Ele dá impérios pela nossa liberdade (cf. Is 43,3-4), tatua nosso nome na palma da sua mão (cf. Is 49,16) e, tocando nossos lábios, perdoa nosso pecado e confirma nossa dignidade.

Jesus de Nazaré, peregrino nos santuários das dores e esperanças humanas! Abre nossos ouvidos à tua Palavra, preenche nossos vazios com tua presença, cura nossas frustrações e desamarra as mãos que o medo e a acomodação imobilizaram. Engaja-nos na tua missão de reunir teus irmãos e irmãs, de promover e conservar a vida e de anunciar teu Evangelho. E não nos deixes cair na tentação de que podemos fazer tudo sozinhos e esquecer que somos sempre discípulos e aprendizes, distribuidores e servidores. Assim seja! Amém!

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